A deputada federal Shéridan (RR) repudiou as agressões sofridas por jornalistas que acompanhavam o ato a favor do presidente Jair Bolsonaro neste domingo (3) na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. O ato violento ocorreu justamente no Dia Internacional da Liberdade de Imprensa.
“Neste Dia Internacional da Liberdade de Imprensa o Brasil assistiu a um ataque de agressões aos profissionais da imprensa. Tais agressões têm um sentido claro de intimidar o livre exercício do jornalismo”, disse e frisou a importância da aprovação do Projeto de Lei de sua autoria que tipifica o impedimento da liberdade de imprensa como crime de abuso de autoridade.
A tucana também relembrou o episódio de sábado (2) em que profissionais da área da saúde foram hostilizados quando homenageavam as vítimas da covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus.
“Ainda ontem profissionais da saúde foram vitimizados, categoria que merece toda solidariedade e respeito de todo o Brasil. Foram agredidos pelo fanatismo político de alguns bárbaros que devem ser punidos urgentemente! Que loucura chegarmos a isso!”.
Ataques a jornalistas cresce
O levantamento da Federação Nacional dos Jornalistas revela que os ataques a jornalistas e a veículos de comunicação cresceram 54% em 2019. Foram 208 casos contra 135, em 2018.
Em 2020, o relatório da Fenaj incluiu a descredibilização da imprensa. A categoria foi criada por causa dos ataques sistemáticos à imprensa e aos jornalistas feitos pelo presidente Jair Bolsonaro.
O relatório se baseou em discursos e entrevistas do presidente e também nos posts feitos por ele em redes sociais, ao longo de 2019.
Segundo a Federação Nacional dos Jornalistas, os políticos foram os principais autores de ataques, quase 70% do total, e o presidente Jair Bolsonaro foi responsável sozinho pela maioria desses ataques à imprensa, quase 60% do registrado em todo o ano de 2019.
Atos contra a democracia
Ainda neste domingo (3), o presidente Jair Bolsonaro voltou a participar das manifestações antidemocrática e inconstitucional em Brasília contra o STF e o Congresso.
Em discurso aos manifestantes, o presidente – num tom de desafio aos demais poderes – pediu a Deus para não ter problemas esta semana porque, segundo afirmou, chegou ao limite. Ele não esclareceu o que isso significa. O protesto era contra o Supremo Tribunal Federal, contra o Congresso, dois pilares do sistema democrático, o que torna fora da lei pedidos para que sejam fechados. E também contra o ex-ministro Sergio Moro.