Na Reunião da Coordenação Executivas e Coordenadorias Regionais do PSDB-Mulher (Comissão para a Carta Programática), em Brasília, a presidente nacional do PSDB-Mulher, Yeda Crusius, abriu, nesta terça-feira (11), o encontro para ouvir as análises das lideranças femininas em cada região sobre as perspectivas para as eleições municipais de 2020. Para o PSDB-Mulher, a prioridade é lançar e eleger mais mulheres em todo país.
Porém, as lideranças relataram dificuldades internas no partido de apoio às candidaturas femininas e também limitações políticas em vários municípios.
A seguir, o relato das lideranças presentes na Reunião.
Adriana Toledo (AL), foto abaixo : Embora a deputada Tereza Nelma (AL) esteja em tratamento de saúde em São Paulo, o nome da parlamentar foi lançado como opção à Prefeitura de Maceió pelo ex-governador Teotonio Vilela Filho (AL) como forma de pacificar a legenda. A líder disse estar preocupada com o quadro de candidaturas femininas na região.
Bibi, Benedita Alves (PA): Comemorou o lançamento do nome do ex-governador Simão Jatene para a Prefeitura de Belém (PA). Segundo ela, Jatene deverá alavancar candidaturas femininas e masculinas. Para a líder, Jatene é o nome certo para unir a oposição contra o governo atual. “No Pará, nos respeitam porque nós peitamos e invadimos reuniões. Eles nos respeitam por isso. Se a gente fraquejar…montam.”
Francisca Ramos (PI): Informou que há 25 vereadoras, mas admitiu dificuldades para manter esse número nas eleições deste ano. “Estamos numa situação muito difícil. É a realidade.” Segundo ela, o PSDB-Mulher “sofre” por ter apenas uma candidata a prefeita com possibilidade de ser eleita no estado. Porém, ela destacou que o Tucanafro, a Juventude e o PSDB-Mulher “estão caminhando juntos” no estado.
Vereadora de Acopiara (CE) Sheila Diniz (CE), ouvidora-geral do PSDB-Mulher: Informou que o segmento feminino que a presidente estadual do PSDB-Mulher do Ceará, Jesus Bertoldo, promoveu uma capacitação para cerca de 100 lideranças femininas do estado interessadas em participar das eleições deste ano. “O PSDB está muito envolvido com a eleição na capital, mas precisa cuidar também da disputa no interior do estado. “São muitos municípios, que se a gente não fizer o dever de casa, não dará tempo, teremos prejuízo no interior.”
Walewska Abrantes (MG): Relatou que a situação do PSDB em Minas Gerais é delicada e desafiadora. Atualmente a legenda não tem nomes femininos nas Câmaras de Vereadoras e para as próximas eleições ainda não apareceram pré-candidatas com chance. “A situação não é fácil. Não temos vereadoras. Vamos fazer um mapa. Não é fácil.” Porém, segundo ela, há “lugares que estão organizados.” Na capital, a aposta do partido é a candidatura de Luiza Barreto à prefeitura de Belo Horizonte. A líder apelou: “[É preciso] alertar aos homens que os outros partidos estão de olho nas nossas mulheres, é preciso investir, do que perder espaço para os outros.”
Conceição Formiga (MA): Afirmou que a relação com os homens do PSDB é “muito boa”. De acordo com ela, em São Luís, há aliança com mais 10 partidos políticos. Em 12 de março, ocorrerá o Encontro com 150 mulheres. “Não vamos nos desanimar não. A gente tem de lutar mais! Nada de desistir. Uma vitória desta tem muito mais sabor.”
Céumar Turano (RJ): Informou que dos 92 diretórios, apenas 23 são definitivos. Por enquanto, há o nome lançado de Mariana Ribas, pré-candidata a prefeita do Rio, de 7 a 8 mulheres candidatas a vereadoras. Ela disse ser necessário fazer um levantamento completo sobre os nomes possíveis para prefeitas, vice-prefeitas e vereadoras. “É importante estabelecer as metas.”
Larissa Rosado (RN): Lamentou que a bancada de parlamentares do estado tenha só homens. “Fui a mais votada em Mossoró, o que se repete há mais de uma eleição. Tive mais votos do que cinco deputados eleitos, mas não entrei. O PSDB precisa me ajudar nessa expectativa.” Entre as 47 mulheres prefeitas, apenas uma é do PSDB. Mas há a expectativa de lançamento de 8 a 10 candidatas.
Sandra Rosado (RN), ex-deputada federal e atuante no PSDB-Mulher no estado: “Tenho encontrado dificuldades para as mulheres em avançar. Os homens investem em homens e não em mulheres.”
Angela Sarquiz (RS): Relatou que há sete candidatas à Prefeitura no estado e uma à reeleição. Também afirmou que há 50 vereadoras e 120 pré-candidatas no geral. Ela destacou nomes de tucanas na região e lamentou a falta de apoio do governo estadual ao PSDB-Mulher.
Cecília Otto (AM), coordenadora da Região Norte: Detalhou o quadro geral dos problemas em Roraima e Amapá, como a falta de candidatas. Rondônia também apresenta dificuldades para apresentar nomes de mulheres. “O que o PSDB quer da gente? Do contrário, o PSDB-Mulher vai ser só um segmento que tem voz, mas não tem vida. Não adianta sermos democratas, se nossas ações não são democratizadas dentro do partido”, disse a líder, sem conter a emoção.
Andréia Zemuner (DF), coordenadora da Região Centro-Oeste: Analisou o quadro geral na região. Segundo ela, em Mato Grosso, há a candidata à reeleição na Chapada dos Guimarães, Thelma de Oliveira, e nomes fortes como o de Maria Avallone, presidente do PSDB-Mulher. No estado, são 82 pré-candidatas. “Nós queremos candidatas que tenham compromisso com o segmento. Queremos caminhar juntas.”
Iraê Lucena (PB), coordenadora da Região Nordeste: Lamentou o quadro geral na Paraíba, cujo cenário político é considerado extremamente delicado após uma série de denúncias de mau uso do dinheiro público e desvios. Segundo ela, as pré-candidaturas estão sendo levantadas. “A Paraíba está uma tristeza em termos de denúncias de corrupção. Isso foi terrível para nós. “