Criminosos usam fotos roubadas de soldados, empresários, políticos e até de ex-atriz pornô para atrair vítimas. No Brasil, cerca de 200 mulheres denunciam suspeitos e dão apoio para vítimas.
“You have to send the dinheiro”. A frase é de um golpista atraído em conversa gravada com uma mulher de Sorocaba (SP), que é uma das cerca de 200 pessoas espalhadas pelo país que formam a rede de “caçadoras” de criminosos virtuais.
O caso foi mostrado no Fantástico, na noite deste domingo (5), e denuncia o aumento de golpes que envolvem romances, contas falsas em redes sociais e fotos roubadas na web de soldados americanos, empresários, políticos e até de ex-atriz de filmes pornográficos.
Na capital de São Paulo, por exemplo, a caçadora Glauce Lima é casada, avó e uma das administradoras de grupos internacionais que buscam denunciar o crime e dar apoio para as vítimas. Ela disse ter organizado a página em uma rede social depois que uma amiga, alemã, caiu no golpe.
As pesquisas dela revelaram uma fraude insistente: criminosos que usam fotos reais de militares para enganar homens e mulheres.
Um comerciante do interior do Rio de Janeiro viveu, pela internet, o que imaginava ser um recomeço. No caso, um perfil com imagens de uma ex-atriz pornô mandou mensagens na rede social dele e começou a conversar.
Logo surgiram declarações, pedido de casamento e planos de terem filhos. Entre as promessas, os criminosos, por meio do perfil, disseram que tinham ouro de herança para receber.
Em seguida, foi pedido para que ele fizesse um depósito para que o ouro fosse liberado e levado ao Brasil. Ao todo, ele perdeu R$ 120 mil.
Impunidade
Enquanto a impunidade prevalece no Brasil, as prisões por golpes na internet, não apenas os de romance, deram um salto no resto do mundo: 1.700 há três anos e cerca de 72 mil em 2018, com maioria na China. Os dados são da ONG americana SCARS.
Em nota, o FBI afirmou que, nos Estados Unidos, mais de 18 mil vítimas denunciaram perdas de 362 milhões de dólares com golpes de romance em 2018, um aumento de 70% sobre o ano anterior.
Operação no Brasil
No Brasil, as poucas investigações desses crimes acabam ficando com os estados. Uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal, em dezembro de 2019, apreendeu celulares, HDs e documentos em lan house e em igreja na capital paulista.
Foi a segunda fase de uma operação da polícia que há dois anos prendeu três estrangeiros suspeitos de integrar uma quadrilha especializada, segundo a delegada Sandra Melo.
*Com informações do G1.