O grande desafio do século XXI deverá ser o combate à desigualdade social e econômica. Os avanços tecnológicos vão permitir muitos avanços, do meio ambiente ao desenvolvimento urbano, mas por outro lado provocam o surgimento de novos paradigmas – que nem todos e todas estão preparados.
A questão da desigualdade envolve diretamente as questões de gênero e etnia. É necessário avançar nestes itens, assim como se caminha rapidamente na tecnologia. Se a gente não tiver políticas voltadas para as mulheres, que permitam a contribuição para o desenvolvimento econômico e social do país, teremos de nos preparar para enfrentar graves problemas.
O que falta? Apoio para essas mulheres que são naturalmente empreendedoras. É preciso melhorar as creches, a educação, implementando escolas em tempo integral e adotando políticas eficazes para a saúde da mulher.
É necessário incentivar que as mulheres façam cursos nas áreas de tecnologias, nas chamadas de profissões do futuro, pensando nos desafios que virão e nas possibilidades abertas a partir dos avanços do mundo.
A mobilidade urbana deve ser uma preocupação constante, pois muitas mulheres perdem tempo se locomovendo para poder dar conta de enfrentar a dupla jornada.
As ausências de políticas sociais, que afetam de modo diferente homens e mulheres, podem acentuar a situação de pobreza no país, se a gente não tiver ações concretas que melhorem o cenário nacional.
Essa reflexão leva a uma única direção: à necessidade de incentivar a eleição de mais mulheres para que elas influenciem as políticas sociais e também nas demais áreas. Como faz diferença ter mulheres em diferentes esferas de poder!
No ano passado, havia uma mulher na presidência do Supremo Tribunal Federal, uma mulher no comando do Tribunal Superior Eleitoral e uma mulher como advogada-geral da União. Foi justamente neste momento quando elas estavam em cargos de decisão que foi chancelada a decisão dos 30% do Fundo Eleitoral, uma grande vitória.
Houve articulação da nossa presidente Yeda Crusius, da coordenadora da Secretaria da da Mulher da Câmara dos Deputados, deputada federal Soraya Santos (RJ), da bancada tucana e de lideranças de distintos segmentos femininos dos partidos políticos.
O resultado disso foi o aumento maior da bancada feminina. A maior da história. Caminhamos muito, mas há ainda bastante a andar. Juntas somos mais fortes!
*Solange Jurema é procuradora do estado de Alagoas aposentada, primeira ministra da Mulher e presidente de honra do PSDB-Mulher.