
A bancada feminina do PSDB no Congresso Nacional compareceu em peso na reunião da Executiva Nacional do partido nesta quarta-feira (24) em Brasília. O encontro foi convocado pelo presidente nacional do partido, Geraldo Alckmin (SP), para fazer um balanço dos preparativos para as convenções estaduais e nacional e ocorrerão até o fim de maio. Com discursos afinados, as parlamentares tucanas avisaram que querem mais do que os 30% dos cargos que obrigatoriamente devem ser ocupados por mulheres na Executiva Nacional. A meta é ocupar 50% das vagas da direção partidária.
Uma articulação desencadeada pela deputada federal Tereza Nelma (AL) mobilizou a bancada feminina para que elas, unidas, reivindicassem mais espaço para as mulheres nos cargos de comando do partido diante do novo patamar alcançado pelas tucanas nas eleições do ano passado. Na Câmara dos Deputados, a bancada de deputadas dos PSDB cresceu 60% em relação à eleita em 2014 e é a maior entre todas as legendas, com nove parlamentares. Na mira das tucanas estão a Presidência nacional, a Secretaria Geral do partido e a presidência do Instituto Teotônio Vilela (ITV).
No fim do ano passado, a atual presidente nacional do PSDB-Mulher, Yeda Crusius (RS), teve o nome lançado para a presidência nacional do PSDB pela senadora Mara Gabrilli (SP). Parte das tucanas segue defendendo essa candidatura e insiste na tese de que a pacificação e renovação do partido passa pelas mulheres. A deputada federal Mara Rocha (AC) foi uma das mais enfáticas na defesa da ampliação dos espaços das mulheres dentro do partido.
Mara Rocha agradeceu o trabalho realizado pela Yeda e reforçou seu apoio à candidatura dela para o posto máximo do PSDB. “Por que não temos uma presidente mulher para nos diferenciar? Hoje, nós do PSDB, temos a maior bancada feminina atuante. Isso é muito importante. Tenho muita esperança de ver o nosso partido dando a volta por cima”, defendeu. Na avaliação da deputada, o trabalho realizado pelo PSDB-Mulher nas eleições de 2018 foi fundamental para o aumento do número de deputadas federais.
Ao fazer um relato sobre as conquistas das tucanas nos últimos anos, Yeda Crusius fez um alerta para aqueles que estão trabalhando na renovação do partido e não estão levando em conta a regra estatutária que prevê a ocupação mínima de 30% dos cargos dos Diretórios e Executivas do partido por mulheres. “Cuidado com as convenções, coloquem 30% de mulheres. As coisas devem ser feitas com planejamento. Aqueles que estão trabalhando na renovação do partido deve saber que é preciso obedecer esta regra”, disse.
A tucana ainda destacou que o Judiciário já está aderindo às regras de igualdade de gênero e que o partido deve seguir o exemplo. “Se o Judiciário está praticando isso e ele foi o responsável por nos dar o fundo eleitoral, então é a sociedade que está pedido isso”, acrescentou.
A senadora Mara Gabrilli propôs que a composição das Executivas seja igualitária com 50% de cada gênero nos cargos de decisão ou que seja obedecido os 30% de cotas para as mulheres nos colegiados. Ela também elogiou o esforço da Yeda Crusius para o aumento das eleitas. “ O trabalho da Yeda está repercutindo em outros partidos. Está reverberando. E olha que conquista!”, observou.
A senadora também defendeu a união entre as tucanas e a importância das mulheres para a evolução do partido. “Enquanto não nos dermos conta de que juntos somos mais fortes, a gente não vai adiante. Para mim, o PSDB é o partido mais brilhante que tem. E por ser tão brilhante, fica se dissipando, se perdendo no próprio brilhantismo. Eu trago aqui uma palavra de união. Acho que quanto mais unidos formos, quanto mais a gente dividir, compartilhar pensamentos e ideias – é uma das coisas que o PSDB tem de mais rico – maiores seremos. A vezes a gente precisa agachar para dar um grande salto. Temos na mão uma grande oportunidade e acho que esse salto não acontece se não tivermos muitas mulheres juntas”, acrescentou.
Já a deputada federal Tereza Nelma (AL), também reforçou a tendência dos órgãos governamentais em adotar a igualdade de gênero dentro das suas organizações internas. “As mulheres são a maioria da população. A ONU já fala em 50/50. Tem partidos no nosso país que já é 50/50. Ontem eu tive uma audiência com a Raquel Dodge, Procuradora-Geral, e ela nos informou que ela criou um núcleo de gênero e está fazendo uma revolução silenciosa, em que os chefes de setores, diretores, estão tudo caminhando para 50/50. Hoje de manhã nós tivemos uma audiência com o ministro da Justiça, Sérgio Moro, e nós solicitamos e ele disse que vai trabalhar nessa linha”, relatou.
Além da presidente do PSDB-Mulher, Yeda Crusius (RS), e da presidente de honra Solange Jurema (AL), compareceram as deputadas federais Tereza Nelma (AL), Mara Rocha (AC), Rose Modesto (MS), Edna Henrique (PB), Mariana Carvalho (RO), a senadora Mara Gabrilli (SP) e a deputada constituinte Moema São Thiago (CE).