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Izabel Lorenzetti defende ações que diminuam a quantidade de trabalho não remunerado realizado pelas mulheres

A coordenadora de formação e cidadania do PSDB-Mulher e presidente do secretariado de São Paulo, Izabel Lorenzetti, é a favor de políticas públicas que diminuam e dividam de forma igualitária a quantidade de trabalho não remunerado (cuidado da casa, dos filhos, idosos e parentes doentes) feito por mulheres pelo mundo. 

Estudo divulgado pela organização internacional de combate à pobreza e desigualdade Oxfam, durante a realização do Fórum Econômico de Davos, na Suíça, revelou que se todo o trabalho não remunerado feito por mulheres no mundo fosse realizado por uma única empresa, ela teria um faturamento anual de US$ 10 trilhões – o equivalente a 43 vezes o da Apple. Estima-se que a contribuição não remunerada das mulheres para o setor da saúde equivalha a aproximadamente 3% do PIB de países de baixa renda.

“Esse estudo vem quantificar e tornar palpável aquilo que a gente sempre sentiu na sociedade. Acho que a luta das mulheres por garantia de espaços e de políticas públicas que atendam a mulher e a família são instrumentos que a gente tem para equilibrar as coisas.  É uma questão de equilíbrio que está muito associada à cultura dos povos e da sociedade”, disse a tucana.

Segundo o relatório da Oxfam, esse trabalho rouba tempo das mulheres, contribui para sua saúde precária e a impede de aproveitar oportunidades educacionais, políticas e econômicas. O documento destaca ainda que a prosperidade econômica da humanidade depende da contribuição das mulheres por meio do trabalho de cuidado não remunerado.

“É preciso melhorar as áreas da Educação e Saúde para que as mulheres tenham tempo de cuidarem de si mesmas. A sobrecarga de tarefas está diretamente relacionada com a frustração de muitas mulheres que não têm tempo de fazerem o curso desejado ou trabalhar no que gostam”, completou.

Ela também mencionou a importância da divisão igualitária das tarefas domésticas entre homens e mulheres e destacou a necessidade deste trabalho começar dentro das próprias famílias. “Nós precisamos acabar com essa divisão das tarefas por gênero. Isso é uma questão cultural. Todos dentro de uma família devem se ajudar”, disse.

A Oxfam sugere como fundamentais para os países adotarem no combate à desigualdade, está a “liberar o tempo das mulheres, reduzindo os milhões de horas não remuneradas que elas passam cuidando de suas famílias e lares”. A organização também indica o investimento em serviços públicos, incluindo água, eletricidade e creches, que reduzam o tempo necessário para realizar esse trabalho não remunerado.

Reportagem Tainã Gomes de Matos com informações de O Globo