Levantamento do Núcleo de Inteligência da Folha de S. Paulo a partir dos dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos do Ministério da Saúde aponta que o número de mulheres que deram à luz entre os 35 e os 39 anos aumentou 71% nos últimos 20 anos no país.
Segundo o jornal, as secretarias estaduais de Saúde coletam as Declarações de Nascidos Vivos (DN) nos estabelecimentos de saúde e nos cartórios (para partos domiciliares) e alimentam o sistema de informações.
De 1998 a 2017, o número de mulheres que deram à luz entre os 40 e os 44 anos cresceu 50%. Dentre as que tiveram filhos dos 30 aos 34 anos, o aumento foi de 37%. Somadas as faixas acima dos 35 anos, a alta foi de 65%.
Em contrapartida, os nascimentos de bebês de mães que tinham de 20 a 29 anos caíram 15%.
Infertilidade
De acordo com o primeiro relatório da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) do Sistema Nacional de Embriões, até 2008 o número de embriões congelados no Brasil era de 47 mil. O número subiu para 78 mil em 2017 —65% deles na região Sudeste.
O diretor do centro de reprodução humana do Instituto Paulista de Ginecologia e Obstetrícia (IPGO) Arnaldo Cambiaghi diz que a maior causa da infertilidade é a idade avançada. “Cada vez mais somos procurados por mulheres cada vez mais velhas. Muitas chegam aos 40 querendo uma produção independente ou estão num segundo casamento”, disse.
Segundo a Associação Americana de Medicina Reprodutiva, há uma probabilidade de entre 2% e 12% de que um único óvulo congelado resulte em nascimento.
Outro preço cobrado são os riscos associados à idade. À medida que a idade materna aumenta, a chance de ter uma criança com síndrome de Down também cresce, de cerca de um em cada 1.000 aos 30 anos para um a cada 400 aos 35 e 1 a cada 100 aos 40 anos.
Também há mais riscos de abortos espontâneos (aumento de 132% acima dos 40 anos), pré-eclâmpsia (aumento de 49%) e diabetes gestacional (aumento de 88%).
*Com informações da Folha de S. Paulo