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Edna Henrique lamenta saída do Brasil do Pacto Global de Migração da ONU

A deputada federal eleita pela Paraíba, Edna Henrique, lamentou a saída do Brasil do Pacto Global de Migrações da ONU. A agência de notícias Reuters confirmou a informação com um diplomata brasileiro, que não quis se identificar. Agora o país se junta aos Estados Unidos e a outros países que também se retiraram do acordo.

“Não concordo com a decisão de retirar o país do acordo. Acredito em políticas públicas de acolhimento e de inserção dos migrantes na econômica do país. O Brasil é miscigenado e todos nós temos algum parente na árvore genealógica que veio de outras nações”, disse.

Na avaliação da tucana, é preciso olhar para a crise migratória com humanidade. “Precisamos acolher e ajudar essas pessoas a retomarem a sua dignidade que não encontraram nos seus países de origem. Com planejamento e controle, todos saem ganhando”, completou.

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, já tinha afirmado em dezembro, antes de Bolsonaro tomar posse, que pretendia retirar o país do acordo. O chanceler disse que o pacto internacional é um “instrumento inadequado” para lidar com a questão e que os países devem estabelecer suas próprias políticas.

Para a tucana, a participação brasileira no acordo não impediria que o Brasil tivesse autonomia para lidar com os migrantes que decidem vir para o país. “Acredito que é possível termos normas globais com considerações regionais sobre o assunto. Precisamos trabalhar para acolher os necessitados de todo o mundo”, reforçou.

Recorde

O número de refugiados em todo o mundo já chega a 21,3 milhões. A ONU começou a trabalhar no acordo não-vinculante depois de mais de 1 milhão de pessoas chegarem à Europa em 2015, muitos fugindo da guerra na Síria e da fome na África.

O texto, que trata de questões sobre como proteger melhor os migrantes, como integrá-los a sociedade e estabelece regras para enviá-los de volta a seus países de origem, tem sido criticado por representantes da direita radical na Europa, como o premiê húngaro Viktor Orbán e o vice-primeiro-ministro italiano Matteo Salvini.

Todos os 193 membros da ONU, exceto os EUA, concordaram com o texto do pacto em julho, mas somente 164 o ratificaram formalmente, entre eles o Brasil.

Reportagem Tainã Gomes de Matos