Eleita deputada estadual pelo Amazonas tendo a Educação como principal bandeira, a professora Therezinha Ruiz defende a abordagem de assuntos políticos e da instrução sexual dentro da sala de aula.
Segundo pesquisa Datafolha divulgada nessa terça-feira (8), a maior parte da população também apoia que esses dois assuntos sejam tratados nas escolas, o que tem sido alvo de ataques nos últimos anos por parte de grupos conservadores e religiosos.
A presença de assuntos políticos nas escolas tem o maior apoio: 71% concordam, sendo que 54% apoiam totalmente. O percentual de apoio a esse tema nas escolas é maior do que a discordância em todos os recortes analisados pelo instituto, seja por idade, renda, religião e preferência partidária, por exemplo.
“Nós temos várias ideologias políticas no decorrer da história brasileira. Não podemos omitir isso e devemos contar a história de forma imparcial, como realmente tudo aconteceu. Os professores não podem falar partidariamente defendendo um lado A ou B”, afirmou a tucana.
Para Terezinha Ruiz, os professores são tidos como mestres, como modelos para os alunos e a opinião política deles pode influenciar no posicionamento dos alunos. “Temos que estimular o pensamento crítico com informação imparcial e deixar que os próprios jovens tirem as suas conclusões”, opinou.
Educação sexual
Já o apoio à educação sexual nas escolas alcança 54%. O endosso é maior entre as mulheres do que entre homens (56% e 52%, respectivamente), mas fica empatado na margem de erro.
“Nós temos que ensinar para as nossas crianças todas as características de seu corpo, todas as informações sobre doenças sexualmente transmissíveis, mas sempre como características educacionais e nunca com viés de doutrinação. A educação sexual já faz parte do currículo escolar e deve ser levada muito à sério”, ressaltou a deputada estadual.
No entanto, a tucana acredita que é preciso capacitação dos professores para tratar do assunto. “O professor tem que estar preparado para isso, principalmente no mundo atual onde os adolescentes e crianças vão buscar informações na internet. Não podemos estimulá-los a definir seu gênero e sim orientá-los para a responsabilidade com o próprio corpo e o respeito às diferenças”, disse Terezinha.
O Datafolha ouviu 2.077 em 130 municípios nos dias 18 e 19 de dezembro. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.
Reportagem Tainã Gomes de Matos