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Igualdade de gênero é um desafio social, moral e também econômico

Um relatório recente sobre gêneros do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês) sob os aspectos político, econômico, educacional e de saúde em 149 países, mostrou que o mundo avançou pouco na igualdade de gênero no último ano. Há menos mulheres que homens entrando no mercado de trabalho, a participação na política e em cargos altos é inferior à masculina e a presença em setores emergentes de tecnologia é mínima. Alguns estudos analisaram o impacto dessa realidade na economia inteira e revelou que a igualdade de gênero geraria grandes ganhos ao PIB global.

A posição do Brasil não é boa no ranking do relatório, passou da 90ª para a 95ª posição. As persistentes disparidades em participação e oportunidade econômicas são as principais causas. De acordo com o Estudo de Estatísticas de Gênero, do IBGE, somando-se trabalho remunerado, atividades domésticas e cuidados com outras pessoas, as mulheres trabalham cerca de três horas a mais por semana do que os homens, mas ganham somente dois terços (76%) do rendimento deles.

A presidente do PSDB-Mulher do Distrito Federal, Luíza Werneck, defende um planejamento eficiente de legislação e comprometimento das mulheres eleitas para melhorar esses números. “Acredito que tenhamos que tratar esse assunto com um planejamento de legislação mais eficiente e comprometimento das eleitas e dirigentes, para que possamos nos igualar ao melhor cenário internacional dentro de um prazo razoável”.

A BBC News Brasil fez um levantamento dos principais estudos recentes que analisam o tamanho da disparidade de gênero. Os resultados dos estudos destacam que quanto mais filhos, menor o salário das mulheres. Outro aspecto apontado é que mulheres gastam bem mais tempo com afazeres domésticos e quanto maior o cargo da mulher na empresa, maior a diferença salarial comparada aos homens. Por fim, o estudo concluiu que quanto maior o poder financeiro feminino em melhor situação estarão suas famílias e que mais participação feminina leva a mais eficiência e estabilidade financeira.

Um dos estudos também revelou que os benefícios da igualdade de gêneros gerariam até US$ 28 trilhões a mais no PIB global. Levantamento de 2015 do Instituto McKinsey Global calculou que a igualdade de gêneros poderia acrescentar até US$ 12 trilhões ao PIB mundial em 2025, em um cenário mediano em que os países alcancem o ritmo dos países mais igualitários de suas regiões. Em um cenário de igualdade plena, os ganhos poderiam chegar a US$ 28 trilhões no PIB anual global. “Igualdade de gêneros não é apenas uma questão urgente do ponto de vista social e moral, mas também um desafio econômico”, apontou o relatório.

Reportagem Karine Santos, estagiária sob supervisão com informações do G1