
O Ministério do Turismo lançou na semana passada o Código de Conduta do Trade Turístico para o Enfrentamento à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes. Elaborado em conjunto com o Ministério dos Direitos Humanos, ele vai servir de guia a profissionais do ramo, como funcionários de transporte, hotéis, parques temáticos na tentativa de impedir a ocorrência de casos dessa natureza.
“O trade turístico tem um papel importantíssimo nesse processo de Enfrentamento à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes, cabe aos colaboradores do turismo agir de forma correta de prevenção, ter a sensibilidade e a honestidade de denunciar quando ver alguma adolescente ou criança entrando em um local acompanhada por turista”, ressalta Eliana Rodrigues, presidente do PSDB do Mato Grosso do Sul.
De acordo com o assessor da pasta, Maurício Razi, o documento tem parâmetros internacionais, reajustados à realidade brasileira. “O código não é impositivo, é um aspecto ético, moral, para que todo o setor de turismo capacite seus colaboradores, faça o processo de divulgação do enfrentamento, [evidencie] que é crime, sim. O trade turístico tem um papel importantíssimo nesse processo reativo, de indignação. Porque o ministério não vai ter essa capilaridade de chegar a todos os pontos. Mas, se você pegar taxistas, hotéis, meios de hospedagem, agências de viagem, são vários que vão chegar lá na ponta reagindo”, destaca.
Ele ressalta que o abuso sexual de menores é um crime subnotificado e finalidade principal do Código será estimular as testemunhas a denunciarem formalmente as ocorrências que virem para o setor de segurança agir. O Disque 100, canal de acolhimento de denúncias do governo federal, recebeu somente em 2017, 20.330 casos de violência sexual contra crianças e adolescentes. Só em junho deste ano, o total de registros já chegava a 8.581.
“Trata-se da união de esforços. O olhar deve ser de um “pai” de uma “mãe” diante dessas situações, denunciando. Esse olhar é fundamental para que possamos sensibilizar o setor de turismo sobre a necessidade de proteger nossas crianças e adolescentes”, destaca Eliana.
Reportagem Karine Santos, com informações da Agência Brasil