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“Um ganho fabuloso”, destaca Yeda sobre aumento da bancada das tucanas

Foto George Gianni/ObritoNews

A deputada federal Yeda Crusius (PSDB-RS) fez uma avaliação do atual quadro partidário nacional e local neste fim de semana, em entrevista exclusiva ao Jornal do Comércio. Ao avaliar o resultado das eleições para a legenda, Yeda, que é presidente nacional do PSDB-Mulher, fez um destaque para a vitória das mulheres nestas eleições.

“Perdemos, na bancada federal, praticamente 50% do número de deputados eleitos em relação a 2014 (tinha 49 cadeiras, passou para 29). Mas as mulheres aumentaram a sua participação em 60% na bancada no Congresso Nacional. Um ganho fabuloso. Uma pequena revolução. Na bancada federal do PSDB, 25% é de mulheres. A média do Congresso é 15%.”, comemorou.

A ex-governadora do Rio Grande do Sul falou sobre a redução das bancadas e de governadores feitos pelo PSDB e atribuiu essa queda ao momento de conflitos internos. Otimista, Yeda afirmou que apesar das perdas, é preciso focar nos ganhos.

“Somos a nona bancada federal. Éramos a terceira. Perda gigantesca no Parlamento. Mas, como a gente governa três estados populosos (João Doria, em São Paulo; Eduardo Leite, no Rio Grande do Sul; e Reinaldo Azambuja, no Mato Grosso do Sul)… Claro que governar São Paulo é um diferencial. Em suma, houve perdas? Sim. Só que você pode olhar, em outro sentido, os ganhos.”, disse.

Para o futuro do país, Yeda Crusius definiu a reforma tributária como essencial e disse que deveria ser a prioridade no momento do próximo presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL).

“Principalmente, e rapidamente, a reforma tributária. Já em 2018, algum item da reforma tributária deverá ser aprovado. Não creio muito na previdenciária, mas, se o governo federal optar por essa, acho que apenas um item possa ser aprovado ainda em 2018. Uma reforma completa deve partir do novo governo, a partir de 1 de janeiro. A reforma tributária deve ser completa, e ela é a primeira.”, salientou.

A deputada federal é pré-candidata à presidência nacional do PSDB. Sua candidatura ao pleito, que ocorrerá em maio 2019, foi lançada pela senadora eleita Mara Gabrilli (SP), com o apoio unânime da bancada feminina.

Rio Grande do Sul

Sobre o PSDB do Rio Grande do Sul, Yeda apontou o governador eleito, Eduardo Leite, como o ponto de equilíbrio e união, o que segundo ela, foi decisivo para a vitória no estado.

“O que aconteceu foi que passou um período dividido, a partir de uma mudança de comportamento do PSDB nacional, que, no período em que o presidente da sigla era o Aécio Neves, exerceu uma política de intervenções. Foi aí que o Aécio designou o Nelson Marchezan Júnior para presidir o diretório estadual.”, revelou a deputada sobre o período da divisão e emendou: “Na época, me lembro de ter ido até o Eduardo Leite e dito: ‘é a sua vez, você deve ir ao governo do Estado, tem tudo para ganhar’. Mas só se ganha com o partido unido, basta ver o que aconteceu com o (candidato à presidente da República) Geraldo Alckmin (PSDB). Então, o Eduardo Leite fez a unidade do PSDB gaúcho. E ganhou a eleição”, contou.

Atualmente, os tucanos comandam cinco das 10 maiores cidades do Rio Grande do Sul e elegeram o governador do Estado.

A ex-governadora, primeira mulher a governar o RS, também falou sobre a situação financeira do estado e sobre os desafios que o ex-prefeito de Pelotas irá enfrentar.

“Quando ganhamos o governo do Estado, em 2006, tínhamos segurança do que viria, tínhamos estatísticas, um acompanhamento desde o primeiro dia. No caso dele, há mais incertezas. Tínhamos um levantamento da situação fiscal do Estado e do tipo de enfrentamento que teríamos em relação ao governo federal. Essas informações possibilitaram estabelecer a meta de acabar com o déficit em dois anos.”, contou sobre o período que ganhou as eleições para governadora.

“No caso do Eduardo, existem coisas pendentes que ainda não dão a dimensão da arrecadação que ele vai ter no primeiro mês de governo e, por consequência, quanto vai poder gastar. Por exemplo, uma liminar do STF suspendeu o pagamento da dívida do Estado com a União, mas está condicionada a uma decisão sobre o ingresso ou não no RRF. Isso tem um impacto muito grande nas contas públicas. No plano nacional, há um governo novo. Ninguém sabe o que vai ser a administração do Bolsonaro.”, salientou Yeda, que é economista.

Yeda Crusius acredita que o Eduardo Leite terá de fazer cortes para equilibrar as contas do Estado. O tucano planeja obter mais receita com a prorrogação por dois anos do aumento no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Se o projeto não passar na Assembleia Legislativa, como ocorreu na gestão de Yeda, ela prevê que Leite terá de fazer um ajuste fiscal ainda mais duro. “Com ou sem o ICMS atual, é possível governar”, resumiu.

Confira aqui a entrevista completa concedida pela deputada federal Yeda Crusius ao Jornal do Comércio.

Reportagem Shirley Loiola com informações do Jornal do Comércio (RS)