Além da dor física e psicológica, mulheres que sofrem violência doméstica veem a vida profissional se desfazendo. De acordo com pesquisa feita pela Universidade Federal do Ceará, a violência contra a mulher custa R$ 1 bilhão para o mercado de trabalho por ano, devido as ausências e licenças que elas precisam pedir quando sofrem agressões.
“Uma mulher perde em média 18 dias de trabalho após sofrer violência doméstica”, afirma Victor Hugo de Oliveira Silva, analista de políticas públicas do Ipece (Instituto de Pesquisas e Estratégia Econômica do Ceará).
O estudo entrevistou cerca de 10 mil mulheres no Nordeste, onde a pesquisa teve início. 30% delas sofreram agressão emocional, física ou sexual. Foi levado em conta o valor da hora trabalhada, utilizando dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) para medir o efeito das faltas no serviço no restante do país.
Segundo Victor, a violência doméstica impacta 5% no PIB do país. Para ele, trata de uma riqueza que deixa de ser gerada. “Isso demonstra a influência da violência doméstica na economia. Estamos considerando só o impacto no mercado de trabalho, sem contabilizar o custo para o sistema de saúde e demais gastos. A renda que essas mulheres deixam de ganhar poderia movimentar diversos setores.”
Coordenadora da Casa da Mulher Brasileira do estado do Ceará, Daciane Barreto, avalia. “Os dias podem se tornar semanas quando elas sofrem violência sexual. Elas perdem a capacidade de produzir e de se relacionar com as pessoas”. Além de pedir licença, ou tratamento para depressão, muitas mulheres se veem obrigadas a deixar o trabalho.
*Com informações do Portal R7