A primeira mulher a concorrer ao cargo de presidente da República no Brasil, em 1989, a advogada Livia Maia de Pio de Abreu, revelou que prefere eleger mulheres, contudo, não se sente bem representada no pleito ao Planalto deste ano. A presidente do PSDB-Mulher de Rondônia, Vanessa Trindade de Melo, concorda que não há opções femininas para o cargo de presidente, mas que não se pode ignorar que as candidaturas femininas estão crescendo.
“Nós ainda não temos boas candidatas para a Presidência, mas não podemos deixar de notar que temos excelentes quadros para concorrer a cargos como deputadas, governadoras entre outros”, disse a tucana.
Vanessa de Melo acredita que a última experiência do Brasil com uma mulher à frente do Executivo não foi boa e isso prejudicou um processo de crescimento da representatividade feminina que há séculos estava sendo construído.
“Infelizmente nós perdemos uma grande chance de mostrar o poder da mulher como chefe de uma nação. Nossa última experiência não foi boa e atrapalhou um trabalho de conquistas que há muito tempo estávamos lutando, no entanto eu acredito que somos capazes de reverter esse quadro ruim. Somos guerreiras e estamos determinadas para isso”, afirmou.
Quando questionada sobre o motivo do baixo número de mulheres nas candidaturas a cargos eletivos, a tucana atribuiu o fato às questões culturais. “A falta de mulheres nas candidaturas se dá por um fator cultural que já está mudando. Hoje as mulheres estão mais voltadas para as questões políticas. Apesar de termos poucas candidatas ainda, é notável o aumento da participação”, completou.
Lívia Maria participou das eleições no ano de 1989 pelo Partido Nacionalista (PN) e marcou sua campanha por iniciar seu discurso invocando as “mulheres do Brasil”. Ela recebeu 180 mil votos e acabou em 17º lugar no primeiro turno, à frente de cinco candidatos.
*Com informações da Folha de S. Paulo.