Um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado na última sexta-feira (18), revelou que a taxa de analfabetismo no país ficou estagnada entre 2016 e 2017. O Brasil encerrou o ano passado com 11,5 milhões de analfabetos, 300 mil a menos do que tinha no ano anterior.
O percentual de pessoas de 15 anos ou mais que não sabia ler ou escrever ao final de 2017 era de 7%, contra a taxa de 7,2% um ano antes. Apesar da pequena queda, estatisticamente esse movimento é de estabilidade.
A taxa de analfabetismo não apresentou grandes mudanças entre 2016 e 2017 nas cinco faixas etárias pesquisadas pelo IBGE.
A faixa etária de 60 anos ou mais apresentou a maior queda, justamente a que concentra o maior percentual de analfabetos no país. A taxa, nesse caso, passou de 20,4% para 19,3% —redução de 1,1 ponto percentual. Nas demais faixas, o recuo não supera 0,5 ponto.
Segundo a pesquisa, não houve mudança significativa na desigualdade expressa no indicador, quando considerados cor ou sexo dos brasileiros.
O percentual de analfabetos, em 2017, entre negros e pardos (9,3%) ainda era mais do que o dobro do de brancos (4%). A situação, portanto, era semelhante à observada em 2016, com tímidas quedas de 0,2 ponto percentual entre brancos e 0,6 ponto percentual entre negros e pardos.
A investigação por raça ou cor passou a ser feita pela primeira vez no ano passado. O resultado da pesquisa mostrou que os brancos têm mais acesso à educação no país do que negros. Populações mais velhas têm também o maior contingente de analfabetos, o que denota dificuldade para alfabetizar pessoas com escolaridade atrasada.
A pesquisa expõe também a desigualdade regional no acesso à educação. Enquanto o Sudeste e o Sul têm a menor taxa de analfabetismo, de 3,5%, o indicador no Nordeste é muito superior, de 14,5% em 2017. Não houve variação expressiva entre os anos.
A taxa de analfabetismo entre homens era maior (7,1%) do que entre as mulheres (6,8%) no ano passado. Também nesse caso, a variação anual não é estatisticamente expressiva —de 0,3 ponto no caso deles e de 0,2 no caso delas.
*Com informações da Folha de S. Paulo