Especialista em instituições políticas brasileiras, partidos e sistemas partidários, o professor-adjunto da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Paulo Peres participou do seminário em Porto Alegre (RS), nesta quinta-feira (15), que tem o apoio do PSDB Mulher, Fundação Konrad Adenauer (KAS Brasil) e Instituto Teotonio Vilela (ITV). Ele alertou que com o agravamento da crise, a democracia está ameaçada.
“Os partidos políticos têm uma responsabilidade enorme nesta fase porque ninguém vai em defesa do regime político sem o apoio dos partidos. Eles são a única alternativa para fazer retroceder a crise, mas como pedir para a população voltar a confiar nos partidos se, segundo a ótica dela [população], a responsabilidade pela crise está com os partidos?”, destacou o professor.
Segundo Peres, a crise política brasileira tem evoluído tão rapidamente que deixou “tontos” até os analistas mais experientes, inclusive criando novas perspectivas históricas para análises e comparações. O professor advertiu sobre a crise causada a partir da questão dos refugiados.
Peres disse que a “crise é um estado comum no Brasil” e que a evolução institucional brasileira passa por episódios de regimes autoritários, um caso de suicídio presidencial [Getúlio Vargas] e duas situações de impeachment [os ex-presidentes Fernando Collor e Dilma Rousseff].
O professor fez uma ampla análise sobre o quadro de perspectivas para as eleições de 7 de outubro. “No Brasil, o quadro costuma ser tão complexo que ninguém se anima a analisar o passado”, afirmou Peres, que disse considerar provável que a crise ainda se mantenha após as votações.