Reportagem de O Globo mostra que executivas brasileiras e estrangeiras foram alvos de os abusos e que defendem a adoção de políticas de equidade de gênero. Enquanto isso, as mulheres ganham voz.
Maria Fernanda Teixeira, que fez carreira em multinacionais e hoje é CEO da Intergrow, consultoria para programas de governança corporativa, gestão de riscos e compliance, disse que não denunciou pois temia ser prejudicada profissionalmente.
Uma versão corporativa da campanha #MeToo — que encorajou mulheres a dividirem experiências de abuso nas redes sociais — traria relatos como o de Maria Fernanda. Ou como o da economista Monica de Bolle, que ameaçou sair de uma reunião por causa das piadas machistas.
Luiza Trajano, presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza, contou que o alerta veio da pior maneira para ela: uma gerente sua foi assassinada pelo marido.
Raquel Preto, sócia-fundadora do escritório Preto Advogados, em São Paulo, disse que uma em cada três mulheres no mundo sofreu, está sofrendo ou vai sofrer assédio.
O debate sobre desigualdade de gênero e assédio está fortalecendo as mulheres, a ponto de as denúncias terem aumentado nos últimos anos. Segundo o Ministério Público do Trabalho, foram 165 denúncias de assédio sexual em 2012, crescendo para 340 em 2017, mais que o dobro.
Em Goiás, Fabiana Bastos, Procuradora do Estado, está à frente da campanha “Menos rótulo, mais respeito” para focar nessas práticas socialmente toleráveis, tidas como brincadeiras e elogios.
*Com informações de O Globo (14/01/2018).