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Relacionamento abusivo é realidade de muitas mulheres, diz vereadora

Um estudo feito recentemente pela Organização das Nações Unidas (ONU) concluiu que três em cada cinco mulheres sofreram ou irão sofrer em relacionamentos abusivos no Brasil. A constatação levou o Ministério Público Federal (MPF) a criar uma cartilha para ajudar as mulheres a reconhecer se estão sendo vítimas de violência dentro do próprio relacionamento.

Já a Organização Não Governamental Artemis elaborou uma campanha expondo as frases agressivas mais comuns usadas pelos homens e que podem ajudar a identificar uma relação tóxica.

A presidente do PSDB-Mulher do Espírito Santo, a vereadora Neuza de Oliveira (PSDB-ES), disse que, apesar de ser o século XXI, ainda existe a cultura machista de que a mulher, quando casada, deve servir sexualmente ao homem.

“O estupro dentro do próprio casamento é mais comum do que a gente imagina. A maioria das mulheres não sabe identificar quando está sendo vítima de violência psicológica e quando se dão conta, muitas vezes já é tarde”, lamentou a tucana.

Justificativa

Para a vereadora, nem sempre o companheiro é agressivo, o que leva muitas mulheres a justificar a agressão com frases do tipo “foi só hoje”, “ele não queria me machucar”, “ele não é assim”.

“A própria mulher camufla a violência e tolera agressões em nome da família ou com medo de ficar sozinha. É preciso dizer para esta mulher que ela pode reagir”, disse Neuza de Oliveira.

A tucana destacou também as agressões verbais, que na grande parte dos casos é subestimada. “A violência psicológica e verbal talvez causa mais estragos que a física. Não se dá a importância devida para os xingamentos e para o estresse psicológico que frases e xingamentos causam na autoestima feminina”, alertou.

Alerta

A ONG Artemis elencou as principais frases ouvidas pelas vítimas e que depreciam a autoestima da mulher. Entre elas estão “Ninguém vai acreditar”, “Exagerada”, “Louca”, “Mulher minha…”, “Vai sair assim? ” “Incapaz” “Feia” “Ridícula” entre outras.

A cartilha do Ministério Público também enumerou os três principais comportamentos que sinalizam uma relação nociva. São elas: comportamento controlador, quando o   companheiro muito ciumento. Ciúmes justificado como excesso de zelo, mas que é na verdade uma manifestação de controle; cuidado com um relacionamento intenso que começa muito rápido, quando o homem já que casar no dia seguinte que conheceu a parceira; abuso verbal, quando o companheiro xinga, deprecia faz com que a mulher se sinta inferior e com a autoestima abalada.

Neuza de Oliveira completou dizendo que é muito importante o governo investir em campanhas educativas que demonstrem claramente os tipos de violência e como agir em cada caso específico.

“O que não pode mais acontecer é a mulher sofrer calada durante anos e achar que tem a obrigação de ser agredida física e verbalmente por ser casada. Isso tem que parar”, enfatizou a tucana.

SERVIÇO:

A Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR) criou, em 2005, o Disk 180 para denúncias e para servir de canal direto de orientação sobre direitos e serviços públicos para a população feminina em todo o país (a ligação é gratuita).