Muito me entristece saber que a cada dez casos de estupro no Brasil, uma vítima é pessoa com deficiência. Muito me estarrece saber que esse tipo de violência vem crescendo no Brasil com toda e qualquer mulher e cidadã.
A discriminação com base em gênero é fruto de uma sociedade sexista, com traços de misoginia, e que tem muito a evoluir. Mas quando ela é dirigida especificamente à mulher com deficiência só retrata a faceta mais nociva e atrasada de uma nação.
A Lei de Feminicídio precisa sair do papel, assim como a Lei Brasileira de Inclusão, que considera especialmente vulneráveis a criança, o adolescente, a mulher e o idoso com deficiência.
Essas pessoas devem ser protegidas de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, tortura, crueldade, opressão e tratamento desumano ou degradante. Isso precisa estar claro e ser combatido por todos nós.
Tais leis precisam não apenas ser cumpridas, mas ganharem alcance nacional e, principalmente, entrar nos lares, onde a violência contra a pessoa com deficiência e a mulher mais se manifesta. Ela ocorre de forma velada, covarde e ainda impune.
*Mara Gabrilli é deputada federal pelo PSDB de São Paulo e sua principal bandeira é a inclusão das pessoas deficientes, assim como a garantia de seus direitos na sociedade.