De uma ponta a outra do país, brasileiras seguem sofrendo com a violência. No Maranhão, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) registrou um aumento de 130% nos homicídios contra a mulher, segundo o ‘Atlas da Violência’ divulgado esta semana. No Rio Grande do Sul, números da Secretaria de Segurança Pública (SSP) apontam que quase 170 mulheres são agredidas por dia no estado, principalmente dentro de casa.
Os dois estados possuem características distintas, mas são reflexo de uma realidade assustadora. Na última segunda (7), o Instituto Maria da Penha lançou um contador que ganhou o nome de Relógios da Violência. Segundo o mecanismo, a cada dois segundos uma mulher é vítima de violência física ou verbal.
A vereadora Paula Loris (PSDB-RS) destacou a importância de serem adotadas políticas públicas para prevenir e amparar a vítima, assim como também tratar e atender ao agressor. “É preciso ir na raiz do problema, onde ele começa. Quando o agressor recebe tratamento, a probabilidade dele voltar a cometer a violência é muito menor”, pontuou.
Paula Loris ajuda a desenvolver o projeto HORA (Homens, Orientação, Reflexão, Atendimento) que visa atender homens denunciados por violência contra a mulher na cidade de Caxias do Sul (RS). Ela também trouxe à discussão a demora nos processos de investigação e julgamento nos casos de agressão.
“Muitas vezes, nessa demora pelo julgamento, a mulher acaba voltando para a mesma situação, ou fica pior. Temos que pensar em políticas que de fato diminuam os casos”, argumentou a tucana. Para amparar a mulher, a defensoria Pública do RS disponibiliza um serviço de atendimento às vítimas de Porto Alegre e Região Metropolitana.
No Maranhão, foi criado o Departamento de Feminicídio, que dará mais atenção aos casos de violência contra a mulher. O estado começará um processo de investigação especializado nas mortes violentas de mulheres, a fim de tirar o feminicídio da invisibilidade. Para o departamento especializado do estado, através dessas medidas, o combate à violência será mais eficaz.