Os altos índices de homicídios em Pernambuco, envolvendo principalmente os jovens, têm gerado acalorados debates entre oposição e governo nas sessões da Assembleia Legislativa do Estado. O tema, porém, não pode alimentar ‘tiroteio’ verbal entre parlamentares e escapar de um debate à altura da gravidade das estatísticas.
Nos três primeiros meses deste ano foram registrados 1.522 homicídios em relação ao ano passado, representando um aumento de 44%. O Estado já contabiliza 4.480 assassinatos, 48 casos por 100 mil habitantes. Eram 28 em 2014; a média nacional é de 26. O tema vem ganhando destaque na imprensa nacional.
O jornal Folha de S. Paulo, em editorial desta segunda-feira (24/04), aborda o “horror pernambucano” que tem feito o Estado regredir em 10 anos nas estatísticas positivas alcançadas pelo programa “Pacto Pela Vida”.
A deputada estadual Terezinha Nunes (PSDB-PE) fez uma apelo na tribuna da Assembleia, nesta terça-feira (25/04), para que parlamentares da oposição e do governo despolitizem um tema tão grave como o da segurança pública. A tucana lamenta se tratar de um comportamento que por décadas pauta a atuação de ambos os grupos e pede união no enfrentamento do problema.
“Não podemos transformar a segurança pública, como se vem fazendo em Pernambuco há décadas, num questão política de debate entre governo e oposição. Os grupos que matam no Estado aproveitam os embates para aumentar essa matança. Ao invés de brigarmos, é o momento de nos unirmos para buscar uma solução para o problema da segurança. Nós podemos nos desentender em vários outros aspectos, mas na segurança não. Esse é um tema que mexe com vidas humanas e não podemos permitir que se continue matando tantos jovens em Pernambuco como vem acontecendo há 20 anos”, apelou.