Opinião

“Iluminando o lado escuro da força”, por Yeda Crusius

Da genial saga Guerra nas Estrelas (Stars Wars), que vem sendo renovada à altura da saga original, e que marcou gerações, muitas imagens vêm sempre ilustrar as mais diversas formas de expressão. Yoda, o pequeno gigante guerreiro Jedi que guia a formação do jovem herói da saga, é uma dessas imagens, que ensina que o mundo é um só, com o lado escuro da força habitando o submundo, e lado luminoso da força habitando a superfície, com seus guerreiros permanentemente sendo testados e tendo que fortalecer suas virtudes internas ao enfrentar essas provocações. Escrevi a coluna anterior, Debilitando o Bem, mostrando o que acontece nos dias atuais que tem enfraquecido muitos que afinal fracassam como guerreiros.

Assim tem sido a roda política: alguns vencem batalhas eleitorais e passo seguinte desmontam o arcabouço da sociedade, sempre sendo construído com imensas dificuldades, como a responsabilidade fiscal e o equilíbrio das finanças públicas. É o caso do Rio Grande do Sul. Agora projetos que buscam mais uma vez reestruturar as finanças públicas para que se possa no curto prazo ao menos pagar os salários do Executivo em dia – já que os dos outros dois poderes se auto protegem no tal do duodécimo construído a partir de um orçamento de mentirinha, com mais receitas previstas do que as que realmente podem se realizar.

Pois os projetos do governo Sartori já aprovados iluminam algumas das razões que têm permitido no passado essas mentiras do “engana que eu gosto”, e que passam batido do povo que tem mais o que fazer, inclusive procurar emprego nessa gigantesca crise que jogou 13 milhões de carteiras assinadas na prateleira do desemprego em todo o Brasil, e não diferente no RS. São eles a Lei da Responsabilidade Fiscal Estadual, impedindo que se aprovem despesas impossíveis de serem cobertas pela receita; o Novo Regime de Previdência Complementar igualando trabalhadores do setor público, cheio de privilégios, e o setor privado, o do INSS; o Novo Modelo de Governança e Gestão; a redução de despesas não prioritárias, como CCs e despesas correntes; Regra de Elaboração do Orçamento Realista.

Cada um desses projetos aprovados atira no coração de uma regra centenária que responde pelas injustiças do dia-a-dia dos serviços públicos, e pela desigualdade generalizada gerada a partir do poder público, males maiores desse mundo submerso.

Ainda são precisos vários outros projetos que apontem para privilégios e ineficiências, seja aqui seja no cenário nacional. Que venham à luz!

 

Professora Universitária, economista, comunicadora, consultora. Como política ocupou os cargos de Ministra do Planejamento e, como eleita, foi Deputada Federal por quatro mandatos, e Governadora do RS.