A divulgação da queda de 3,6% do Produto Interno Bruto no ano passado, na pior recessão desde que o PIB passou a ser calculado pelo IBGE em 1948, somada à informação de valores destinados a uma rede de corrupção sem qualquer precedente na história, não deixaram dúvidas nas últimas semanas de qual é o triste legado da era Lula/Dilma. Em 2015 a retração da atividade econômica foi de 3,8%. Os dois anos somados um encolhimento de 7,2% da economia brasileira. Considerando o crescimento da população no período, em média os brasileiros ficaram 11% mais pobres no último biênio. E 13% dos brasileiros que buscam emprego voltam para casa sem encontrar.
Agora nesta semana os sinais que são esperados esquentam o cenário da política nacional. Nos Estados Unidos de Trump mais uma vez se aponta para um crescimento da taxa de juros, o que implica numa mudança de fluxos de capitais para lá mudando a realidade do que acontece no país campeão de juros: o nosso. Outro sinal aguardado para acender a fogueira do Congresso Nacional e do Governo Temer é a segunda “lista de Janot”, a ser divulgada depois que a possibilidade de considerar crime as doações via Caixa 1, trazida pela aceitação da denúncia contra o parlamentar Valdir Raup, foi aberta no Judiciário. O terceiro sinal é a aceitação de modificações da Reforma da Previdência enviada pelo Governo Federal ao Congresso Nacional, tida como fundamental para o cumprimento da promessa de “colocar o país nos eixos” para as futuras gerações.
É só que se fala na grande mídia, que acaba perpassando para as telas de TV e para os programas de rádio em cada casa e cada canto do nosso rincão gaúcho. Tanto que falta espaço e tempo para desenvolver as coisas tão importantes quanto as que se pode seguir na Expodireto, feira que se encerrou neste final de semana no interior. Tudo de bom. Crescimento de mais de 30% nos negócios em relação ao ano anterior. Avanço no agronegócio prá ninguém botar defeito. Claro que foi graúdo o noticiário na semana passada sobre os saques do FGTS os quais, em apenas 1 dia, colocaram quase R$ 4 bilhões na economia do país. Aqui nos pagos, quem foi ao supermercado no final de semana enfrentou filas tanto gigantescas quanto inesperadas para quem não avaliou o que significa milhões de pessoas recebendo um valor que individualmente não dá para comprar 1 moto, mas dá para fazer a festa do consumo dos brasileiros, empobrecidos em 11% em dois anos, de coisas do cotidiano. Em breve saberemos o reflexo dos saques do FGTS na reversão dos indicadores de comércio – o que deverá ser relevante. Acostumados aos gigantescos números da corrupção delatados a cada dia, os cidadãos não foram brindados com o alcance da revelação de que pagamos mais pela luz do que deveríamos. Aliás, fomos cobrados a mais. Agora vamos receber de volta, mas como é mais de 1 e menos de 2%, em parcelas mensais sobre a conta, a boa notícia não durou muito na mídia. Mas é relevante.
Por várias fontes se vai percebendo que a economia dá sinais de recuperação frente a ações microeconômicas do setor econômico do Governo Temer. Não sem hora. Agora é ver se os sinais da semana, descritos ao início desta coluna, ou não se materializam ou são menos vendáveis para a comunicação de massa do que os feitos da semana passada. Esperamos que não.