A queda da inflação é a primeira conquista relevante do novo momento do país. Os índices de preços tombaram a partir da mudança de governo, deixando claro que uma das principais dificuldades para domar o dragão era a desconfiança em relação à gestão petista. Está aberto o caminho para a ressurreição da nossa economia.
O IPCA, índice oficial de inflação, fechou janeiro no menor patamar para o mês em toda a série histórica, iniciada em 1979, ou seja, em 38 anos. Ficou em 0,38%, segundo o IBGE, em linha com as expectativas de mercado. O percentual representa leve alta sobre dezembro (0,30%) e uma queda brutal na comparação com um ano atrás, quando o IPCA fechara em 1,27%.
Com isso, a inflação acumulada em 12 meses aproxima-se da meta definida pelo Comitê de Política Monetária para este ano (4,5%). Está agora em 5,35% – um ano atrás, ainda na gestão Dilma Rousseff, era exatamente o dobro. É uma vitória e tanto, alcançada em curtíssimo espaço de tempo.
Neste aspecto, o maior mérito do atual governo foi ter conseguido reverter as expectativas pessimistas que rondavam a administração do PT. Todos se recordam que pouco tempo atrás o temor era de que a inflação saísse do controle, dada a leniência com que a ex-presidente e sua turma cuidavam do assunto.
O sentimento inverteu-se. Espera-se agora inflação na meta neste e nos próximos dois anos, e o Banco Central já começa a considerar que o Brasil tem condições de levar os índices para padrões civilizados, ou seja, em torno de 3% ao ano, conforme previu Ilan Goldfajn na semana passada. Para tanto, é preciso cumprir um amplo dever de casa, o que significa colocar as finanças públicas do país realmente em ordem.
Aspectos objetivos também pesaram a favor da queda dos índices de inflação. Em especial, o expressivo aumento da produção agrícola, que deve ser confirmado por novos levantamentos do IBGE e da Conab a serem divulgados amanhã, ajudou a baixar os preços dos alimentos, que em vários momentos azedaram a cesta de compras dos brasileiros.
Ter e manter a inflação sob controle é um êxito e um avanço dos quais a sociedade brasileira não abre mão. Durante os últimos anos, vimos esta conquista, sem a qual nenhuma nação de fato progride, ser ameaçada pelo descaso petista. Este tempo, felizmente, parece ter ficado no passado.
Superado o primeiro obstáculo, o governo do presidente Michel Temer tem agora melhores condições para seguir adiante na arrumação da economia. Ato contínuo, a taxa básica de juros deve continuar caindo, livrando o Brasil de outra de suas anomalias. Restará o necessário ajuste fiscal. Mas será assim, pé ante pé, passo a passo, conquista após conquista, que o país voltará ao normal.