Pouco antes de conduzir uma importante reunião, em Brasília, nesta quarta-feira (4), o ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra, manteve contato telefônico com o prefeito Romero Rodrigues (PSDB), de Campina Grande. Por mais de 20 minutos, Terra adiantou para Romero a pauta da reunião: o lançamento do Programa Criança Feliz com foco no atendimento às crianças com microcefalia. A notícia foi divulgada pelo site wscom.com.br, no dia 05, leia abaixo.
No contato telefônico, o ministro foi mais adiante: anunciou, com detalhes, seus planos para fazer de Campina Grande o primeiro Centro de Referência nacional de tratamento dessas crianças especiais. Emocionado e sensibilizado, ainda na tarde desta quarta-feira o prefeito campinense visitou algumas áreas potencialmente candidatas a instalar a unidade pioneira do Brasil na cidade.
Segundo explicou Osmar Terra a Romero, o centro deverá prestar atendimento continuado para a estimulação precoce das crianças com lesão neurológica grave e o pioneirismo de Campina Grande em aplicar um tratamento humanizado aos bebês microcéfalos e suas famílias chamou a atenção do governo federal, que pretende usar o mesmo padrão em nível nacional.
Rede de proteção exemplar
A rede de proteção às vítimas da microcefalia criada por Romero garante desde abrigo para mães de outras cidades que vêm trazer suas crianças para o tratamento no Hospital Pedro I até a disponibilidade de equipes multiprofissionais dedicadas integralmente aos bebês.
Mais recentemente, por decreto, o prefeito assegurou que as famílias com esses bebês especiais não precisarão se submeter ao sorteio das casas do Complexo Aluízio Campos – conjunto habitacional com 4,1 mil casas no Ligeiro, construído em parceria com o governo federal.
Novo espaço
A escolha do espaço que irá abrigar o Centro de Referência ainda está em análise por parte de representantes do Ministério do Desenvolvimento Social, que na tarde do dia 16 de janeiro visitaram um espaço sugerido pela Prefeitura Municipal de Campina Grande, segundo o site paraibaonline. É um prédio particular vizinho ao Parque da Liberdade com três andares, dezenas de salas e 5 mil metros de área construída.
De acordo com o Secretário Municipal de Planejamento, André Agra, a PMCG pode colaborar com a viabilização de aluguel do local para instalação do projeto do Governo Federal.
O Centro de Referência deve abrigar uma rede de atendimento médico às crianças, uma creche infantil especializada e um serviço de assistência social para toda a família com várias atividades e acompanhamento de dez cuidadores, um terapeuta ocupacional, assistentes sociais e psicólogos.
Referência mundial
A médica da Prefeitura Municipal de Campina Grande e presidente do Instituto de Pesquisa Doutor Joaquim Amorim Neto, Adriana Melo, apresentou dados sobre as pesquisas desenvolvidas em Campina Grande em relação à síndrome e sobre o trabalho desenvolvido pela Secretaria Municipal de Saúde no Ambulatório Especializado em Microcefalia do Hospital Municipal Pedro I com 127 crianças.
“Aqui estamos tratando de um problema novo que é a Síndrome Congênita do Vírus Zika, e necessitamos não apenas de um centro de reabilitação, mas de um serviço de excelência em desenvolvimento psíquico, motor, cognitivo, social”, alertou.
Autonomia
A Secretária de Saúde de Campina Grande, Luzia Pinto, expôs as dificuldades do município em gerir o serviço do Pedro I atendendo dezenas de bebês de outros municípios sem pactuação de recursos das prefeituras, nem do governo do estado, nem do governo federal e cobrou a previsão do financiamento para manutenção do novo centro.
“Saúde não tem preço, mas custa caro e a portaria para concepção deste centro tem que prever todas as fontes de financiamento para o pagamento dos serviços de saúde do serviço para que independentemente de ministro, governador ou presidente o espaço funcione com excelência”, frisou.
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