A forte crise que atinge a Venezuela em razão do regime político e econômico implantado pelo presidente Nicolas Maduro, aliado histórico dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, já começa a prejudicar os países vizinhos. Aproximadamente cem brasileiros não conseguem retornar ao país porque o governo venezuelano fechou as fronteiras com a Colômbia e com o Brasil até o dia 2 de janeiro. Maduro anunciou neste sábado (17) o fechamento das divisas sob a alegação de evitar a fuga de recursos do país.
Segundo reportagem de O Globo, o governo brasileiro, por meio do Ministério das Relações Exteriores, está tentando junto à embaixada em Caracas achar uma solução para os brasileiros que desejam retornar ao país. Apesar da promessa de Maduro em manter a situação até o dia 2, a expectativa do governo brasileiro é de que a situação seja resolvida antes das festas de fim de ano.
O deputado federal Caio Narcio (PSDB-MG) lamenta a situação do país vizinho e considerou o caso um “exagero antidemocrático”. “É muito triste em pleno século XXI, com o nível de informação tão disseminado e com a facilidade de diálogo entre os países, a gente ainda ver esse tipo de situação causada por decisões autoritárias. É um desastre ver esse tipo de medida feita arbitrariamente e que a gente repudia completamente”, disse.
O tucano espera que o governo brasileiro resolva o caso o quanto antes e que os venezuelanos continuem lutando contra a ditadura imposta por Maduro. “Na Venezuela, as instituições estão subordinadas, estão cooptadas, o que tem permitido esses exageros. Eu acredito que mesmo diante deste cenário, a situação é passageira e os próprios venezuelanos vão conseguir superar esta etapa com muita força. O engajamento e o poder de luta dos nossos vizinhos está sendo mostrado através dos manifestos e das eleições. Eu torço para que eles superem essa etapa o mais rápido possível”, afirmou.
A Venezuela enfrenta um caos social com restrições na compra de alimentos e falta de medicamentos e de produtos de necessidade básica. A retirada de circulação da nota de 100 bolívares agravou os protestos, o que resultou em ataques ao comércio na última semana.