Uma sociedade civilizada e justa depende de uma política decente. Não há vida em sociedade sem um Estado eficiente. As ruas, o trânsito, as escolas, os postos de saúde: como garantir que tudo isso funcione sem coordenação, sem diálogo, sem arbitrar interesses e desejos e direcionar as coisas para o bem-estar de todos?
Desde a fundação, meu partido – o PSDB – aponta um norte: manter distância das benesses e regalias do poder e, principalmente, nunca deixar de sentir e reverberar, em ações concretas, o pulsar das ruas. Missão difícil e que só voltará a ser plenamente cumprida quando resgatarmos a decência na política.
Max Weber, considerado o pai da sociologia moderna, disse em célebre conferência de 1918: “Somente quem tem a vocação da política terá certeza de não desmoronar quando o mundo, do seu ponto de vista, for demasiado estúpido ou demasiado mesquinho para o que ele lhe deseja oferecer. Somente quem, frente a tudo isso, pode dizer ‘Apesar de tudo’ tem a vocação para a política.”
Não poderia soar mais atual no Brasil de 2016. O lamaçal que cobriu o noticiário, cujos efeitos são sentidos em nossas casas, nas conversas de amigos, no ambiente de trabalho, jamais deve justificar a negação da política. Somente pela atividade política e pelo resgate de valores e compromissos pelo bem comum reencontraremos o caminho de uma sociedade mais justa e menos desigual.
A recente eleição de Donald Trump, nos Estados Unidos, nos surpreendeu. O discurso repleto de argumentos preconceituosos e propostas superficiais chocou o mundo. Foi uma vitória com base num sentimento escondido pela volta a um passado de segregação, divisão e rancor que não cabe mais no século 21. Há um consolo: as instituições democráticas, a lei e o espírito de República dos EUA são fortes e tendem a impor limites a um projeto tão anacrônico.
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