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“Bom senso para o Enem”, por Solange Jurema

Foto: George Gianni/PSDB
Foto: George Gianni/PSDB

Foto: George Gianni/PSDB

É sadio para uma nação ver os seus jovens participarem ativamente da vida político-estudantil protestando contra esta ou aquela medida de uma autoridade, seja municipal, estadual ou federal.

É sinal de que a sociedade está viva, ativa, e a juventude dá seus primeiros e essenciais passos para uma futura participação política, fundamental para o regime democrático.

Portanto, tem que ser vista como natural e salutar a reação de uma pequena parcela de jovens brasileiros contra a reforma do ensino médio, embora ela seja necessária e urgente, inclusive e principalmente para mudar a vida escolar destes jovens em protesto.

Porém, ocupar escolas e universidades públicas indefinidamente para tentar bloquear a apreciação pelo Congresso Nacional da PEC da reforma do ensino médio é um ato que não se sustenta pelo estrago que traz à vida acadêmica destas escolas.

Numa democracia, os interesses e a vontade da maioria devem prevalecer sempre. Não se pode aproveitar um episódio – por mais relevante que seja como esta PEC – e politizá-lo e transformá-lo em bandeira de ocupação desenfreada e indefinida. Em um joguete político.

O assunto é sério e diz respeito ao futuro de milhões de jovens brasileiros que precisam de escolas e universidades públicas para escrever a sua própria história.

A ocupação indefinida desses espaços educacionais não levará a nada, a não ser ao prejuízo líquido e certo do calendário escolar, com graves consequências para estudantes que concluem exatamente o ensino médio para obter uma vaga nas universidades federais e estaduais.

É preciso ter bom senso e compreensão do nosso atual quadro política do país e desocupar as escolas e universidades públicas com a maior urgência possível.

Nada menos do que 8,6 milhões de jovens estudantes farão nos dias 8 e 9 de novembro próximos as provas do Enem e não podem – em qualquer hipótese – serem lesados porque uma parcela deles protesta contra o governo.

É preciso diálogo, conversação, entendimento e seriedade na defesa do interesse de milhões de estudantes, que não podem ser prejudicados por algumas dezenas, que ocupam os prédios.

Em Brasília e em outras cidades, jovens que representam a maioria já se mobilizam nas redes sociais e nas portas das escolas, fazendo piquete para evitar novas ocupações ou pedir a retirada dos ocupantes para garantir a realização do exame.

Não pode haver radicalização.

É preciso sensatez para assegurar a realização das provas do Enem.

*Solange Jurema é presidente do Secretariado Nacional da Mulher/PSDB