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PT sofre derrota histórica em São Paulo e perde prefeituras no chamado ‘cinturão vermelho’

02/09/2016- São Paulo- SP, Brasil- O ex-presidente Lula partica da Reunião da Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) em São Paulo. Foto: Ricardo Stuckert / Instituto Lula

RS_Lula_Executiva_Foto_Ricardo_Stuckert_02092016-850x525Brasília (DF) – O Partido dos Trabalhadores sofreu, neste domingo (2) de eleições municipais, uma derrota histórica em São Paulo. Além do atual prefeito da capital, Fernando Haddad (PT), ter perdido as eleições no primeiro turno por uma diferença de 36,58 pontos percentuais para o primeiro colocado, o tucano João Doria, que recebeu 53,28% dos votos, o PT também perdeu prefeituras na região do chamado “cinturão vermelho”, municípios onde nasceram o movimento operário e o próprio partido.

As informações são de reportagem desta segunda-feira (3) do jornal Folha de São Paulo. Atualmente, o PT tem seis prefeituras na Grande São Paulo. Nessas eleições, contudo, a legenda venceu apenas em Franco da Rocha, e só chegou ao segundo turno em duas cidades, Santo André e Mauá. Na primeira, o petista Carlos Grana disputa a reeleição contra o tucano Paulo Serra, que ficou em primeiro lugar no primeiro turno com 35,85% dos votos.

Já em Mauá, o atual prefeito Donisete Braga (PT), votado por 22,90% dos eleitores, disputa a vaga com Atila Jacomussi (PSB), que recebeu 46,73% dos votos.

Nem mesmo o berço do Partido dos Trabalhadores e domicílio eleitoral do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva optou por um candidato petista. Em São Bernardo do Campo, o segundo turno será entre o tucano Orlando Morando, que obteve 45,07% dos votos, e Alex Manente (PPS), com 28,41%. O envolvimento de Lula, que participou de carreata em apoio a Tarcisio Secoli (PT), não foi suficiente para alavancar o desempenho do candidato, que terminou a disputa em terceiro lugar. O filho de Lula, Marcos Lula, que buscava reeleição para a Câmara de Vereadores, também foi derrotado na cidade.

O PSDB, por outro lado, venceu as eleições em Itaquaquecetuba com 63,09% dos votos, com o candidato Mamoru Nakashima, e em Mogi das Cruzes, onde o tucano Marcus Melo foi votado por 64,34% dos eleitores. Em São Caetano, José Auricchio Jr. (PSDB) ficou em primeiro lugar no primeiro turno, escolhido por 34,34%, e derrotou o atual prefeito Paulo Pinheiro, do PMDB, que teve 30,71% dos votos.

Também em contraponto ao desempenho petista, o bloco formado por PSB, PPS, DEM e PV, base do tucano João Doria na capital, conquistou 14 prefeituras no primeiro turno, nas 38 cidades da Grande São Paulo. Além de Santo André e Mauá, os candidatos do grupo vão ao segundo turno em Osasco, Guarulhos, São Caetano do Sul, Diadema, Carapicuíba e São Bernardo do Campo.

‘Postes apagados’

O fracasso do PT em São Paulo também acabou por enterrar o projeto de Lula de colocar candidatos novatos, ligados a ele, para disputar as eleições em todo o Brasil. Em 2012, empolgado com o desempenho do PT nas eleições municipais, quando conseguiu eleger Fernando Haddad em São Paulo, Lula zombou do apelido usado para se referir aos seus candidatos: postes.

“Quando lancei o Haddad, disseram que estava lançando um poste. Quando lancei a Dilma, disseram que estava lançando um poste. Digo que de poste em poste vamos iluminar o Brasil inteiro”, disse à época, durante um comício em Fortaleza.

Nos anos seguintes, Lula viu os seus “postes” se apagarem um a um. Escolhido para disputar o governo de São Paulo em 2014, o ex-ministro Alexandre Padilha acabou em terceiro lugar na eleição, o que foi o pior desempenho de um petista no estado desde 1998. A ex-presidente Dilma Rousseff acabou afastada do cargo neste ano em um processo de impeachment, por ter cometido crime de responsabilidade. Por fim, o prefeito Fernando Haddad não conseguiu se reeleger na capital paulista.

Leia AQUI a íntegra da reportagem do jornal Folha de S. Paulo.