Parece preconceito medieval e é. Segundo pesquisa inédita Datafolha, encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), no 5º país do mundo que mais mata suas mulheres, um em cada três brasileiros concorda com a frase: “A mulher que usa roupas provocativas não pode reclamar se for estuprada.”
O mais inquietante é que entre as próprias mulheres, 30% concorda com esse raciocínio, o que desmonta o conceito de sororidade tão em evidência. Não há solidariedade de gênero para com a irmã de gênero vítima de violência sexual, de acordo com a matéria divulgada na edição desta quarta-feira (21) no jornal Folha de S.Paulo.
É sempre bom lembrar que no Brasil uma mulher é estuprada a cada 11 minutos, segundo registros oficiais, totalizando quase 50 mil crimes sexuais por ano. Não importa a roupa que a vítima esteja usando.
Na matéria do jornal Folha de São Paulo, vemos que de acordo com dados do SUS (Sistema Único de Saúde), em 70% dos casos de estupro, a vítima é uma criança ou adolescente.
“Trata-se de um déficit civilizatório do Brasil ter tantas pessoas que vinculam a vitimização da mulher a uma conduta moral”, diz Renato Sérgio de Lima, vice-presidente da entidade.
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