As operações de renegociação de dívidas no país atingiram, durante o primeiro semestre deste ano, R$ 403,5 bilhões, o maior valor já registrado para o período. De acordo com o Relatório de Estabilidade Financeira, divulgado nesta quinta-feira (15) pelo Banco Central (BC), do valor total, R$ 223,9 bilhões são relativos ao recálculo das dívidas das famílias, enquanto que R$ 179,5 bilhões se referem às novas negociações feitas entre instituições financeiras e pessoas jurídicas. As informações são de matéria do jornal Correio Braziliense publicada nesta sexta-feira (16).
O deputado federal Marcus Pestana (PSDB-MG), que é economista, acredita que este novo recorde negativo visto no país resulta dos equívocos praticados pelo governo de Dilma Rousseff nas políticas voltadas à área econômica. Para o tucano, o principal motivo para o “superendividamento” é a elevada taxa de juros praticada no Brasil.
“As empresas, as famílias e as pessoas estão extremamente endividadas e os governos também. Mostra disso é a choradeira geral dos governadores e o pedido para repactuação das condições de dívida e solicitação de novos apoios por parte do governo federal, que também está quebrado, com um déficit monumental e com uma dívida crescendo em bola de neve. Mas isso não seria um problema se nós tivéssemos taxas de juros americanas ou japonesas”, destacou Pestana.
“O problema é que nós temos uma sociedade – empresas, famílias e governos – endividada com uma taxa de juros que é a maior do mundo. A taxa de juros real, acima da inflação, do Brasil, é uma medalha de ouro que a gente não deve comemorar”, acrescentou o parlamentar mineiro.
Inadimplência
A reportagem do Correio Braziliense destaca que, se não fosse pelas renegociações, o índice de inadimplência no país seria ainda mais elevado. Segundo o Banco Central, a atual taxa de 3,5 saltaria para 4,4% sem os acordos de repactuação das dívidas firmados no Brasil. Tais dificuldades fazem com que o número de pedidos de recuperação judicial de empresas tenha chegado, até julho, a 1.098. O cenário acaba alimentando o processo de alta do desemprego no país, o que dificulta a retomada do crescimento econômico.
Para Marcus Pestana, este círculo vicioso só poderá ser interrompido com um novo modelo de política econômica diferente daquele que foi implantado no país durante os últimos 13 anos de gestões petistas.
“Só com uma nova política econômica que reequilibre as finanças públicas, permitindo a queda dos juros e a retomada dos investimentos, com todos os seus efeitos benéficos em termos de aumento da arrecadação e aumento do emprego, propiciará a retomada do desenvolvimento num outro padrão, não esse que levou à bancarrota o país a ao aperto, ao endividamento das famílias, empresas e governos em todos os níveis”, concluiu o tucano.