Os primeiros esforços da equipe do presidente em exercício, Michel Temer, em passar um pente-fino no programa Bolsa Família levantaram indícios de fraudes cometidas por cadastradores do programa que chegam a R$ 100 milhões, segundo o jornal O Globo. Um dos casos mais curiosos revela que um funcionário responsável pelos cadastros fez o registro de 2,4 mil famílias em apenas um dia. A média diária, por funcionário, é de 15 inclusões no programa. Também chamou a atenção o cadastro feito por um mesmo colaborador de famílias residentes em 25 estados diferentes. O deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB-PB) lamenta que a gestão do PT tenha se mostrado incapaz de averiguar e corrigir esses problemas, mesmo à frente do governo por tantos anos.
“As fraudes mostram dois pontos de se lamentar enormemente. A incapacidade de quem esteve à frente do nosso o país por tanto tempo em gerir o essencial de um programa do alcance social do Bolsa Família. O segundo aspecto é a nossa incapacidade de ter um espírito mínimo de coletividade, no público mais frágil da nossa comunidade brasileira haver esse tipo de transgressão. É algo que nós precisamos trabalhar enquanto povo”, disse.
Pedro Cunha Lima ressalta que o pente-fino deve ser um procedimento habitual. Para o tucano, a inspeção garante a qualidade do programa.
“Esse pente fino na verdade deve ser o procedimento de rotina de qualquer gestão que esteja à frente de nosso país, de ter esse com a coisa pública, esse olhar atento e vigilante com aquilo que é mais essencial para a nossa sociedade”, afirmou o parlamentar.
O exame detalhado feito pelo governo Temer também descobriu a inscrição de dois cadastradores – um homem e uma mulher – com o mesmo CPF. Os problemas de gestão se somam a outras fraudes já denunciadas, como a existência de “beneficiários laranjas”.