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Mulheres terão papel decisivo nestas eleições em Blumenau

Blumenau
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Por
JEAN LAURINDO

Elas acompanham política no dia a dia, acreditam que o gênero feminino ainda ocupa poucos espaços em entidades e cargos públicos e consideram áreas como saúde, educação e proteção à mulher como fundamentais para as gestões públicas. Compartilham certo descrédito com a conjuntura atual, mas ainda confiam na possibilidade de alcançar as mudanças desejadas por meio da política convencional.

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Esses são alguns traços dos pensamentos de mulheres blumenauenses, de 25 a 44 anos, com ensino médio completo ou ensino superior. Um perfil que deve ter papel decisivo nas disputas para prefeito e vereador deste ano em Blumenau. Segundo dados de até 1º de julho do Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC), dos 230.167 eleitores recadastrados biometricamente este ano na cidade, 120.821 são mulheres – 52,5% do total (veja gráfico).
Na divisão dos dados por faixa etária, predominam eleitores entre a juventude e a maturidade. A maior fatia do eleitorado do município se concentra no grupo entre 25 a 44 anos, que responde por 99.963 votantes, ou 43,4% do total. Outro fator de destaque é o grau de instrução elevado. Eleitores com segundo grau completo, ensino superior completo ou incompleto somam 126.322 votantes.

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Se as mulheres ainda são figuras raras nas diretorias das associações de classe, possuem apenas três titulares nas secretarias municipais e são representadas apenas por uma suplente em exercício na Câmara de Vereadores, na sociedade a maioria delas está atenta ao que acontece e clama por mais participação feminina. Com atuações em coletivos, organizações não governamentais, conselhos municipais ou preocupadas em dar exemplos e votar com consciência, elas contribuem para melhorar a política e a cidade.

Mesmo com avaliações negativas do momento político atual, há motivos para ter esperança. Elas reconhecem que a participação feminina hoje é maior em comparação a anos anteriores e avaliam que a maioria das mulheres está mais criteriosa na hora do voto.

Qualificação da política

Apesar do clamor por mais representação, elas não querem apenas candidatas mulheres. Para se sentirem representadas, querem concorrentes, homens ou mulheres, preparados e sintonizados com as demandas femininas.

– As mulheres têm potencial e responsabilidade nesse processo, mas muitas que participam não me representam. Gostaria de ver mais mulheres qualificadas na política, atuando em cargos públicos relevantes e também envolvidas em discussões – opina a empresária Ilisangela Mais, 42 anos, formada em Administração e professora universitária.

Na hora de votar, a decisão costuma levar em conta o histórico do candidato, a formação e as propostas. O posicionamento do partido e se os concorrentes utilizam a política como profissão há muito tempo também são fatores levados em conta.

– Pedir que sejam honestos e trabalhadores é o mínimo, mas também espero que sejam pessoas engajadas pela vontade de mudar, de viver em um lugar melhor. A pessoa tem que ser remunerada, mas não pode estar ali por isso, deveria fazer de coração para mudar a cidade, o Estado ou o país – defende a empresária Adriana Kreibich da Costa, membro das Ongs Trapamédicos e Casa de Apoio.

*PUBLICADO NA EDIÇÃO DO DIA 17 DE JULHO DO JORNAL DE SANTA CATARINA