Brasília (DF) – Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2014, divulgados nesta quarta-feira (6) pelo IBGE, lançam dúvidas sobre a eficácia do Cadastro Único, instrumento do governo federal que identifica, seleciona e inclui famílias pobres em programas sociais, e que foi alardeado pela propaganda petista como uma das principais realizações dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Quase seis milhões de domicílios pobres do país, habitados por pessoas com renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa, estão fora do sistema, que dá acesso a benefícios como o do Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Pronatec e Tarifa Social de Energia Elétrica.
Segundo reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo nessa quarta-feira, o motivo da ausência dessas famílias no cadastro se dá por três razões: falta de iniciativa dos moradores, ausência de entrevistas das famílias que tentaram acesso ao cadastro e o desconhecimento acerca da existência dos programas sociais federais.
Em 2014, dos 13,3 milhões de domicílios com renda per capita de até meio salário mínimo, 44% das famílias não estavam registrados no Cadastro Único – o equivalente a 5,922 milhões. Enquanto em 2,730 milhões de domicílios, os moradores não tomaram a iniciativa de se cadastrar, em outras 2,709 milhões de residências, as famílias tentaram, mas não chegaram a ser entrevistadas. Já em 483 mil domicílios, as pessoas sequer sabiam da existência do Cadastro Único ou dos programas de assistência social.
O Cadastro Único deveria reunir dados como características do domicílio, situação de cada morador, renda, escolaridade e trabalho, selecionando os benefícios em quais as famílias poderiam se enquadrar. Seu foco principal são os domicílios com renda de até meio salário mínimo per capita, ou renda total de até três salários mínimos.
Leia AQUI a íntegra da reportagem do Estadão.