Brasília (DF) – O empresário Augusto Mendonça Neto, do grupo Setal, confirmou, em depoimento prestado nesta quarta-feira (15) ao juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância, que o engenheiro Zwi Skornicki foi usado para repassar propina para a diretoria de Serviços da Petrobras, comandada pelo PT, em pelo menos dois contratos de fornecimento de plataforma fechados por cerca de US$ 1,6 bilhão. Skornicki responde por corrupção e lavagem de dinheiro por ter depositado US$ 4,5 milhões em uma conta do marqueteiro do PT João Santana na Suíça. As informações são do jornal O Globo desta quinta (16).
De acordo com a reportagem, Mendonça Neto afirmou que o acerto da propina foi feito com o então gerente da Petrobras Pedro Barusco e correspondia a 2% do valor do contrato – cada um deles de US$ 800 milhões. Segundo ele, Skornizcki ficaria com 1% do valor da propina e 1% seria repassado à diretoria de Serviços da Petrobras, o que corresponde a US$ 16 milhões para cada uma das partes.
O engenheiro, que também fechou acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal, disse à força-tarefa da Lava Jato que o então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, pediu a ele US$ 4,5 milhões ‘para ajudar a financiar a campanha de reeleição de Dilma Rousseff’ em 2014. O jornal diz que o pagamento teria sido feito diretamente a Santana.
Mendonça Neto explicou que era sócio do estaleiro Fels Setal quando os dois contratos das plataformas foram fechados, entre 2003 e 2004. Ao juiz, ele disse que não sabe como os pagamentos foram feitos por Skornicki à diretoria de Serviços e se houve repasse ao PT, pois deixou a sociedade em 2005.
Ainda de acordo com a publicação, o empresário afirmou que o estaleiro fechou um contrato com uma empresa de Skornicki para repassar a propina. “Ele fazia os contatos com a Petrobras e acompanhava as propostas. Tinha algum entendimento técnico, mas a atuação dele na área técnica não era relevante”, completou.
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