Com a identificação de irregularidades também nas despesas do governo em 2015, a presidente afastada Dilma Rousseff pode ter que se explicar novamente ao Tribunal de Contas da União. A possibilidade de a petista ter suas contas reprovadas pela segunda vez é grande, e uma das razões é a prática repetida das pedaladas fiscais, manobra na qual o Tesouro Nacional atrasou propositalmente o repasse de dinheiro para bancos públicos e instituições financeiras. A partir da revelação das ilegalidades, a petista passou a responder por crime de responsabilidade em processo de impeachment que hoje tramita no Senado Federal. Para o deputado federal Domingos Sávio (PSDB-MG), a fiscalização das contas pelo Judiciário e pelo Parlamento é importante para conter o avanço de novos procedimentos criminosos.
“O governo petista se acostumou a governar dentro do ambiente da impunidade. Mas o que eu vejo de mais importante nesse momento da história do nosso país é que nós estamos conseguindo vencer isso. A ação do Judiciário e a ação do Parlamento com o processo de impeachment estabelece com clareza a vontade do povo brasileiro, que é uma rejeição absoluta à corrupção. E é preciso que isso continue”, disse o tucano.
De acordo com o Ministério Público junto ao TCU, Dilma fez medidas provisórias em 2015 que a permitiram quitar despesas referentes às pedaladas de 2014, e que chegaram a quase R$ 40 bilhões. Para os procuradores, essa prática é irregular. A presidente afastada deveria ter encaminhado ao Congresso um projeto para autorizar essas despesas. A ação, para Domingos Sávio, é preocupante. O tucano reforça a necessidade de afastar definitivamente a petista da presidência.
“É esse o mal maior que o PT fez e que se nós descuidarmos e recuarmos, eles voltam com sede ao pote. Portanto, nós não podemos recuar nem um milímetro. Temos que concluir o processo e afastar definitivamente a presidente Dilma”, declarou.
O Tribunal começará nesta quarta-feira o julgamento das contas da gestão de 2015. Segundo relatório do TCU, há indícios de pelo menos 20 irregularidades que, se reprovadas, deverão ser justificadas por Dilma em até 30 dias.