Problemas como conflito de interesses, compras de títulos superfaturadas, falta de garantias para as operações e uma frágil análise de riscos causaram prejuízos bilionários à Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobras. A revelação foi feita por uma auditoria realizada pela consultoria Ernest Young, cujos dados foram divulgados em matéria do jornal Folha de São Paulo neste sábado (11).
De acordo com a reportagem, 70 operações feitas pela Petros entre 2004 e 2014 foram analisadas pela consultoria. Todas elas – que, somadas, movimentaram R$ 1,6 bilhão – eram irrecuperáveis ao fim de 2014, quando a auditoria foi contratada. Apenas em 2015, o fundo deve registrar, segundo estimativas extraoficiais, um déficit próximo a R$ 20 bilhões.
A irresponsabilidade da gestão do fundo de pensão da Petrobras fica ainda mais evidente nos casos das empresas que emitiram títulos pouco tempo antes de entrarem em recuperação judicial. Os auditores destacam que nenhum tipo de esforço foi feito por parte da Petros para executar as garantias da negociação. Exemplos desse tipo de falha podem ser vistos nas compras de títulos de dívida da empresa Inepar e de uma gestora de recursos do grupo educacional Galileo, que custaram R$ 100,1 milhões e R$ 24,3 milhões aos cofres do fundo, respectivamente.
Chama atenção, ainda, a quantia destinada a investimentos estruturados pelo banco BVA, que movimentaram R$ 548,7 milhões. Além disso, o banco também está envolvido em operações em que a Petros desrespeitou a Lei de Supervisão Bancária ao comprar títulos de dívida tanto do BVA quanto da V55 Empreendimentos, empresa controlada por um sócio do banco. A operação, segundo a lei, configura um conflito de interesses.
Lei das Estatais
O PSDB luta contra os desvios de recursos públicos das empresas estatais brasileiras, prática rotineira durante os 13 anos de governos do PT no comando do país. Relatado pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), o projeto de Lei de Responsabilidade das Estatais – já aprovado no Senado e que agora tramita na Câmara dos Deputados – estabelece normas de governança e regras de licitações e gestão em empresas públicas como a Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.
A proposta prevê que os membros do conselho de administração destas empresas e os indicados para os cargos de diretor e presidente deverão comprovar, no mínimo, dez anos de experiência profissional no setor de atuação da empresa, o que tem como objetivo reduzir as indicações políticas nos cargos de comando dessas empresas.
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