A proporção de famílias que se declararam muito endividadas no Brasil aumentou para 14,5% no mês de abril. O dado é da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, a CNC. Os entrevistados que afirmaram não ter nenhuma condição de pagar as contas em atraso também passaram de 6,9%, em abril de 2015 para 8,2% este ano.
O percentual de grupos apenas inadimplentes recuou quase 1% em relação ao mês de março do ano passado. A causa dessa queda, no entanto, não é para se comemorar. Segundo economistas da CNC, o percentual é causado pela forte retração do consumo, elevado custo do crédito e desemprego em alta, como revela reportagem do jornal Correio Braziliense desta quarta-feira (28).
O deputado federal Daniel Coelho (PSDB-PE) atribui essa taxa de dívidas à crise econômica enfrentada no país. “O endividamento das famílias hoje, nós sabemos, está diretamente ligado não só à recessão econômica, mas principalmente ao desemprego. Toda a crise que ocorre no Brasil, ela tá desfavorecendo principalmente a classe trabalhadora, que estão perdendo a sua renda.”
Para Daniel Coelho, o Brasil vai precisar adotar novas medidas econômicas para se restabelecer. “A gente sabe que essa situação de desemprego e de causa econômica não veio de um dia para o outro. Foram anos de descaso com as contas públicas que levaram o Brasil a quebrar. Não é também somente a saída de Dilma que vai resolver. O atual vice-presidente, Michel Temer, caso venha assumir a presidência. Ele precisa tomar medidas de reestruturação da economia brasileira para que a gente reverta esse quadro”,afirmou.
O cartão de crédito é apontado por 77,9% como maior responsável pelo endividamento, seguido pelos carnês, com 15,4% e financiamento de carros com 11,9%.