Poucas nações democráticas no mundo enfrentam e sobrevivem a crises políticas tão graves como as que Brasil viveu nos últimos 24 anos, com a votação do impeachment de dois presidentes da República, Fernando Collor e agora Dilma Rousseff.
Por isso temos que e celebrar o que o povo brasileiro viveu no último domingo, no histórico 17 de abril de 2016.
Com serenidade, o povo se manifestou, mais uma vez, de maneira tranquila, pacífica e ordeira e festejou em mais de uma centena de cidades a votação da Câmara dos Deputados que aprovou a admissibilidade do impeachment de Dilma Rousseff.
A população não se intimidou com a ameaça de supostos “incendiários” e seu líderes desesperados e ocupou as praças do país vestido de verde e amarelo, convivendo pacificamente com aqueles contrários ao impeachment.
Soberanamente, os 513 deputados federais decidiram por expressiva maioria aceitar o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff pelos crimes fiscais cometidos, nas chamadas “pedaladas fiscais”.
O resultado já era esperado dado a fragilidade político-parlamentar deste governo, mas a intensa negociação de ministérios, de cargos e nomeações parecia ameaçar a soberania da Câmara dos Deputados, se efetivada a interferência inescrupulosa do Poder Executivo no Poder Legislativo.
Felizmente isso não ocorreu. Ou melhor, os partidos e os parlamentares preferiram estar ao lado do povo brasileiro ao invés de se perfilarem ao lado daqueles que só teriam benesses oficiais, claro com recursos públicos.
Mais uma vez o PSDB não fugiu à luta e votou – integralmente – a favor do impeachment. Os 52 deputados tucanos disseram “Sim”, em sintonia com a vontade popular, das quais cinco tucanas deram o brilho do voto feminino: Shéridan, Mara Gabrilli, Bruna Furlan, Mariana Carvalho e Geovania Sá.
E o destino caprichou com um jovem tucano: o deputado federal pernambucano Bruno Araújo, a quem coube dar o 342º voto para a aprovação do impedimento, contagiando as ruas e o povo brasileiro.
Nada mais justo para um tucano e um partido que, desde 2002, vem sistematicamente denunciando os erros administrativo-econômicos e a corrupção dos governos petistas de Lula da Silva e Dilma Rousseff.
Que denunciou o aparelhamento do Estado que resultou na quase destruição da Petrobras e dos Fundos de Pensão, por exemplo.
Que denunciou a desastrada política econômica que trouxe recessão, inflação e 10 milhões de desempregados.
Que denunciou a corrupção desenfreada como instrumento de barganha política, de favorecimento eleitoral e enriquecimento ilícito.
Por tudo isso, Bruno e o PSDB mereceram essa honra do 342º voto pelo impeachment!
*Solange Jurema é presidente do Secretariado Nacional da Mulher/PSDB