Opinião

PT joga brasileiros contra brasileiros, no artigo de Terezinha Nunes

terezinha-nunesNo período da colonização portuguesa eclodiram no Brasil diversas revoluções libertárias que buscavam livrar o país do jugo português, muitas delas sangrentas.

Apesar de acontecerem ora no Nordeste, no Sul ou no Sudeste, todas elas tiveram o sentido de unificar o país em torno daquela ideia de libertação.

Jamais se pensou em dividir a Nação mesmo que, por seu tamanho, o país apresentasse dificuldades enormes para ser administrado.

Hoje é ainda mais difícil pensar em separatismo de nossas regiões unificadas pela língua portuguesa, embora Sul e Sudeste tenham um nível de desenvolvimento bem superior ao das demais.

Na era petista, porém, onde se estabeleceu um vale tudo para manutenção do poder, se tentou e se continua tentando, inclusive de forma aberta, jogar brasileiros contra brasileiros.

Primeiro se procurou disseminar uma utópica luta de classes do “nós contra eles” que Lula, em sua linguagem popularesca, apelidou de ricos contra pobres.

Até a esperada ascensão dos negros na sociedade foi colocada mediante uma contenda artificial como se só os petistas defendessem essa ideia e dela discordassem os demais partidos nacionais.

Lula também jogou os nordestinos contra os paulistas. De tanto repisar nessa tecla, ele conseguiu que, em suas duas eleições e nas duas de Dilma, o Nordeste garantisse aos petistas mais de 70% dos votos válidos, apesar de o PT em si ser um partido fraco na região.

Sempre disse que os paulistas eram representados nas eleições pelo maior partido de oposição, o PSDB.

São famosos os discursos do ex-presidente contra as elites das quais ele e sua família passaram a fazer parte, conforme têm provado as investigações coordenadas pelos juiz Sérgio Moro.

Também não se pode esquecer que os petistas sempre usaram a bandeira vermelha dos seus movimentos, deixando de lado a bandeira nacional, verde e amarela, da maioria dos brasileiros.

Mas se a cizânia entre brasileiros incentivada pelos petistas tinha o objetivo, em passado remoto, de obter mais votos nas urnas, ela passou a ser uma obsessão e foi ganhando ares de guerra aberta desde que a Lava Jato foi criada e a corrupção dos governos petistas começou a ser desnudada aos olhos da sociedade.

O próprio Lula ameaçou chamar “ o exército de Stédile” e incitou as centrais sindicais a combater a “ República de Curitiba” e a Operação Lava Jato, como se fosse possível separar a justiça do Paraná do grosso da justiça brasileira.

Mais ousada ainda tem sido, nos últimos dias, a presidente Dilma que, do seu posto, onde deveria representar toda a população, continua disseminando o ódio entre os brasileiros, na tentativa desesperada de manter seu mandato.

Entrincheirada, tem levado ao Palácio do Planalto líderes sindicais e de movimentos sociais para insuflar uma contenda contra os que defendem seu impeachment.

Foi num desses encontros que o presidente da CUT, Wagner Freitas, conclamou os movimentos sociais a “irem às ruas, entrincheirados, de armas na mão, se tentarem derrubar a presidente”.

O secretário de Finanças do MST, Aristides Santos, foi mais longe. Diante de uma Dilma sorridente afirmou “ a forma de enfrentar a bancada da bala contra o golpe é ocupar as propriedades deles nas bases e nos campos”.

No Senado, o líder do PT, senador Humberto Costa, que acompanha os passos da presidente, ameaçou na semana passada o vice-presidente Michel Temer afirmando , não se sabe com que base, que ele cairá logo depois que Dilma for ‘impeachada’.

O deputado federal petista João Daniel também vociferou no plenário da Câmara: “ esse impeachment terá cor de sangue”.

Em que tudo isso vai terminar? Espera-se que a maioria dos brasileiros que não desejam e nem nunca desejaram estabelecer uma guerra entre irmãos façam valer sua decisão de continuar nas ruas, pacificamente, lutando por princípios, sem cair na tentação de responder aos que desejam partir para o tudo ou nada.

Afinal, ninguém de bom senso pode desejar outra coisa que não seja a paz nas ruas e nos lares brasileiros. Se o PT quer o contrário, que a Justiça se encarregue de colocar os verdadeiros pontos nos iis.

*Terezinha Nunes é presidente do PSDB Mulher de Pernambuco

**Ana Lúcia Andrade/Assessoria PSDB-PE