Enquanto a Comissão Especial do Impeachment caminha a passo acelerado para uma conclusão – a previsão inicial é de que o afastamento de Dilma Rousseff seja votado pelo plenário da Câmara dos Deputados no dia 15 de abril – o balcão de negócios do governo federal funciona a todo vapor.
Não há o menor pudor em oferecer cargos, dinheiro e até ministérios de importância capital para a vida dos brasileiros, como o da Saúde, em tempos de epidemias como a Zika, Chikungunha, Dengue, Microcefalia, Guilláin-Barré e Sífilis. Vale tudo para salvar a própria pele e um governo cambaleante, reprovado por 69% da população.
Estamos vivendo em o pior dos mundos: no Planalto habita uma governante que não governa em quem 82% dos brasileiros sequer confia e com razão, porque a cada vez que abre a boca parece viver em uma realidade paralela, de tal maneira sua fala está desconectada do que acontece no Brasil.
Embora o Supremo Tribunal Federal, a Associação dos Juízes Federais – Ajufe e até o jornal francês Le Monde, hajam se manifestado sobre a legalidade do impeachment em curso, Dilma parece haver empacado em um disco arranhado, repetindo vezes sem fim que está sofrendo um golpe, enquanto tudo desmorona à sua volta.
Os jornais desta terça-feira (05) trazem em suas capas que o Planalto, com medo de traições, deve adiar a reforma ministerial que pretendia fazer agora. Teme que os parlamentares do baixo clero contatados aceitem os cargos com uma das mãos e votem o impeachment com a outra.
Segundo Freud, “projeção” é um mecanismo de defesa psicológico em que determinada pessoa “projeta” seus próprios pensamentos, motivações, desejos e sentimentos indesejáveis numa ou mais pessoas.
Faz todo o sentido, no caso de Dilma Rousseff. Quem prometeu mundos e fundos, traiu tantas esperanças e entregou a seus eleitores um país completamente diferente do que seu marqueteiro político mostrava na televisão, não pode realmente confiar em ninguém. Se todos com quem negocia a salvação forem tão honestos como suas promessas e acordos, o impeachment legal é questão de dias.
A hora da libertação dos brasileiros está a caminho.
*Solange Jurema é presidente do Secretariado Nacional da Mulher/PSDB