A desigualdade cresceu com queda na renda média geral do brasileiro. Os cálculos foram feitos pelo ex-ministro Marcelo Neri, diretor do FGV Social e professor da Fundação Getúlio Vargas, com base em dados do IBGE. Neri é estudioso da ascensão da classe C, além ter sido ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos no primeiro governo de Dilma Rousseff. Ao Estado, ele admite a queda no índice pela “primeira vez no século”.
O deputado federal Marcus Pestana (PSDB-MG) aponta que, apesar de parecer pequeno, o dado reforça a má gestão do atual governo. “A retórica do PT cai por terra, sua máscara caiu. A verdade é sua incompetência governamental sacrificando exatamente os mais pobres. Se não for corrigido o rumo, a tendência é a deterioração ainda maior nos indicadores econômicos e de suas repercussões sociais”, afirmou o deputado.
O deputado federal Caio Narcio (PSDB-MG) acredita que a situação atinge todas as áreas do país. “O que nós temos visto é que não só o índice da desigualdade vem aumentando, mas os índices do país inteiro. O índice do desemprego, o índice da inflação. E isso vai corroendo a oportunidade principalmente dos mais humildes”, afirmou.
Para Narcio, o governo Dilma é uma “tragédia” e a única maneira de o país sair da atual crise econômica é “tirando a crise daqui”. “E a crise de hoje se chama: Dilma Rousseff. Só a partir da saída dela nós vamos ter condição de trabalhar para poder construir um novo Brasil.”
A deterioração no mercado de trabalho foi apontada como a principal responsável pelo aumento na desigualdade e redução na renda. Embora a ocupação não tenha recuado muito, aumentou a procura por emprego, e os salários ficaram menores.