Desde a última sexta-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a envergar a fantasia de que mais gosta, a de vítima. O padrinho dos ricaços se diz um perseguido das elites, um injustiçado pelas instituições, uma persona non grata da imprensa. Esfarrapada, a pantomima de pai dos pobres não se sustenta. Lula é caso de polícia.
O petista passou semanas em silêncio, enquanto as acusações de que enriquecera ilicitamente, engordado pelo petrolão, se avolumavam. A cada dia, sabe-se de nova benesse espúria. É o sítio de Atibaia, o tríplex do Guarujá, uma antena de telefonia de uso particular, coberturas onde se vive a vida toda de favores (não apenas uma, mas duas, como informa O Estado de S. Paulo em sua edição de hoje), reformas e eletrodomésticos que caem do céu. Sobre isso, Lula nada tem a dizer.
O ex-presidente continua sem dar respostas convincentes – ou, pelo menos, objetivas, ponto por ponto e não de maneira sub-reptícia como ele fez na sexta-feira – às suspeitas de que usou a presidência do país para se locupletar, enriquecer, prosperar na vida. Corre risco de ser processado e punido por improbidade administrativa, vendo sua quimera de voltar ao poder esvair-se na lama em que fundou seu projeto político e na qual atolou o país.
Diante dos fatos, Lula e o PT respondem com arreganhos, ameaças, incitação a hordas incivilizadas, afrontas ao Estado democrático de direito. Não é coisa de quem preza a democracia, de quem respeita as instituições, tampouco de quem não teme o avanço da Justiça. Pelo contrário: é atitude de quem está devendo. Garras escancaradas são a arma de peçonhentos.
Há, sim, uma vítima neste teatro do absurdo em que Lula, Dilma e o PT transformaram o Brasil: o próprio país. Não há salvação à vista enquanto esta gente se mantiver no comando. A nação está em franco retrocesso, estupefata à espera de novas e mais graves revelações, mas, ao mesmo tempo, mobilizada para pôr em marcha um processo – estritamente dentro dos limites constitucionais – que dê fim ao atual estado de coisas.
Por seu turno, Lula e o PT já apresentaram suas armas. Além da manipulação de sempre, o confronto com a justiça, as agressões físicas, a violência explícita. Aterrorizam com a possibilidade de “justiçamentos”, “ódios progressivos” e a ameaça de transformar o Brasil numa Venezuela, como faz Gilberto Carvalho em entrevista à Folha de S.Paulo. Este talvez seja, afinal, o sonho maior desta gente. Mas aqui não passarão.
O Brasil é vítima de um governo que não existe, de uma organização criminosa, de uma economia que afunda, da carestia que só se agrava, do desemprego que afeta pais de famílias e desalenta nossos jovens. A vítima deste descalabro não é Lula, não é o PT, tampouco Dilma. É o país que eles destruíram, mas que, em breve, os brasileiros começaremos a reconstruir. Sem Lula, sem Dilma, sem o PT.