Capaz de espalhar doenças pouco conhecidas a nível mundial, como a zika, e de trazer de volta o fantasma de outras já sepultadas, como a febre amarela, o aedes aegypti foi batizado no interior nordestino como “o mosquito do fim do mundo”.
Exageros à parte, a verdade é que o aedes chegou ao país há muitos anos trazendo para nós a dengue, no se encalço a chicungunha, e agora a zika, sem que o Governo Federal, que deveria ter conhecimento do seu poder destruidor tivesse tomado as providências devidas para evitar sua proliferação a níveis estratosféricos como acontece atualmente.
Desinformada, a população acabou encarando a dengue como uma espécie de gripe mais forte. Todos foram se acostumando com a presença do inseto que, ano a ano, provocava correria ao setor de saúde na época do verão, ficando quase imperceptível no inverno. O aedes já era olhado como algo não tão inofensivo assim.
Agora que seu poder destruidor ganhou corpo com os casos de microcefalia e guillain-barré, a Nação acordou.
O Brasil levará anos para se recuperar do tombo, não só causado a nível pessoal como econômico. O país perde turistas, vê ameaçado o esperado sucesso das Olimpíadas, e as empresas acumulam prejuízos, às voltas com grande número de funcionários doentes.
Quem entra na emergência dos hospitais públicos e privados hoje em dia imagina que estamos vivendo um apocalipse, tão grande é o número de pacientes que chegam, a todo o momento, vítimas do aedes.
Embora bem mais aterrador, afinal está levando ao sacrifício imediato vidas humanas e inofensivos bebês, o drama do aedes guarda conexão, pelo descaso das autoridades e pelo conformismo da população, com a crise econômica, moral e social que vivemos no desaguar da Era PT.
Como no caso do mosquito, a Nação foi enganada, a mentira venceu a verdade, o povo – pouco alfabetizado e desinformado – imaginou-se no paraíso e hoje pagamos caro por todo o descalabro que levou a corrupção a dominar o aparelho de estado, desmoralizando a classe política nacional e internacionalmente.
Estamos todos, ao mesmo tempo, apavorados com o poder destruidor do aedes e mergulhados num ambiente aterrador com inflação descontrolada, o desemprego deixando ao abandono milhões de trabalhadores e – o pior – sem perspectivas de mudanças a curto prazo.
A busca da luz no fim do túnel precisa continuar afinal a crise passará não se sabe ainda quando, mas o momento é de reflexão para todos os brasileiros.
Pode um país como o nosso, tido como um gigante dos Brics até pouco tempo ser jogado, ao mesmo tempo, na crise econômica e na expansão de moléstias que apavoram o mundo?
O fim da Era PT que se aproxima, a julgar pelo andar da carruagem, deve ser vista hoje e no futuro como algo que não pode se repetir. Essa é uma lição que deve ser aprendida não só pela classe política, mas por todos os brasileiros excessivamente alheios ao que acontece além dos limites de suas residências.
A cara de paisagem que fizemos para o aedes que hoje nos apavora foi também utilizada no momento em que o mensalão foi denunciado e vários petistas acabaram na cadeia. Mesmo com tudo isso ainda elegemos Dilma, imaginando que o milagre brasileiro seria eterno e que a casa não acabaria desabando sobre a nossa cabeça. E deu no que deu.
*Terezinha Nunes é presidente do PSDB Mulher de Pernambuco e Coordenadora de Comunicação Social do PSDB Mulher Nacional