Segundo reportagem publicada nesta terça-feira (23) pelo jornal O Estado de S. Paulo, os R$ 100 milhões confiscados de Santana também pertenciam à sua esposa e sócia, Monica Moura, e a duas empresas controladas pelo casal, a Santana & Associados Marketing e Propaganda e a Polis Propaganda & Marketing.
Para o juiz Moro, “não importa se tais valores, nas contas bancárias, foram misturados com valores de procedência lícita. O sequestro e confisco podem atingir tais ativos até o montante dos ganhos ilícitos”.
Na decisão, o juiz considerou “milionários” os valores dos crimes atribuídos a Santana e outros investigados: corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Ele citou como exemplo os “pagamentos ilegais” de US$ 7,5 milhões que Santana teria recebido no exterior, por meio da offshore Shellbill Finance S.A., controlada pelo marqueteiro.
Moro destacou que “na hipótese probatória mais provável”, os valores teriam como objetivo “remunerar os serviços de publicidade prestados por João Santana e Mônica Regina ao Partido dos Trabalhadores, o que é bastante grave, pois também representa corrupção do sistema político partidário”.
Uma quantia “substancial” de dinheiro em nome de João Santana também foi congelada na Suíça, segundo o Ministério Público do país. Os suíços já bloquearam mais de 300 contas relativas ao escândalos da Petrobras, e ampliaram as investigações diante de indícios de irregularidade envolvendo contas relativas à Odebrecht.