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Resultado de referendo na Bolívia mostra o enfraquecimento das ditaduras na América Latina

evo_morales_15022007rpabrAs demonstrações de que o bolivarianismo vem perdendo forças na América Latina já começam a aparecer fortes em 2016. Depois de permanecer no poder por uma década, o governo do presidente da Bolívia, Evo Morales, teve a sua primeira derrota legítima nas urnas.

Com 80% dos votos apurados, o referendo convocado para que a população decidisse sobre uma nova reeleição para Morales teve a vitória do Não, com 54,2% dos votos contra 45,8% para o Sim.

O deputado federal e membro da comissão de relações exteriores da Câmara, Eduardo Barbosa (PSDB-MG), observa que o resultado do recente referendo da Bolívia expressa a insatisfação da população sul-americana com governos ditadores. “Nós estamos vendo claramente esse movimento da América Latina contrapondo essa visão do modelo bolivariano. Quando existe alternativa da sociedade avaliar, ela se mostra contrária a esse sistema autoritário de governo que nós estamos presenciando”, disse.

Barbosa ressalta que os modelos econômico e político de países que “acordaram” antes da implementação de ditaduras não estão sendo “enlameados” por escândalos de corrupção. “Existe uma manifestação clara de grande parte da população brasileira nesse sentido. O descontentamento do povo é nítido e o resultado da convocação boliviana é reflexo disto”, afirmou.

O presidente Evo Morales culpou as redes sociais pela derrota e afirmou que é necessário rever o papel da internet na democracia. Morales chamou de “má informação” a atuação da oposição na rede e diz que a utilização do recurso faz “os valores das novas gerações se perderem”.

O deputado tucano discorda da afirmação do ditador e afirma que as redes sociais são um fenômeno de comunicação de importante relevância. “As redes sociais fazem parte de um fenômeno novo de comunicação. Não só na política, como em diversas áreas, elas têm gerado opiniões que são acolhidas e muitas vezes reproduzidas. É um fenômeno usado tanto pela esquerda como pela direita. Com certeza eles também utilizaram essa ferramenta para fazer propaganda a favor do governo. Essa não é uma desculpa aceitável”, concluiu.