Algumas ruas brasileiras foram ocupadas ontem por pequenos grupos de apoio ao governo Dilma Rousseff e seu rastro de corrupção revelado pelas investigações da Operação Lava-jato, que já identificou um rombo de pelo menos R$ 6,5 bilhões na Petrobras.
É bom que o PT e alguns partidos que ainda o apoiam tentem ir às ruas em busca de respaldo da população para sua desastrada situação política, que o levou ao descrédito e o encurrala a desfrutar de apenas 7% de apoio do povo brasileiro.
É bom porque faz parte da democracia que todos tenham o direito de expressar sua opinião, sua visão de mundo, enfim, seus pontos de vista. Democracia que, aliás, o PT sempre pretendeu abafar com a chamada “regulamentação da mídia”, como acontece em alguns países da América do Sul.
O que se estranha, na reduzida presença de pessoas nas ruas, é o perfil dos figurantes que compuseram as concentrações petistas no país: basicamente, militantes do partido, do MST, da UNE e, principalmente, da Central Única dos Trabalhadores, a CUT.
Outro aspecto estranho, quase que esquizofrênico: os petistas e seus aliados históricos criticaram duramente a atual politica econômica e os esforços do atual ministro de Fazenda de tentar endireitar o que seus antecessores fizeram com a economia brasileira.
Não deixa de ser irônico o fato de que, no dia em que o governo anuncia a taxa de desemprego de junho, de 7,5%, – inédita para esse período do ano -, a CUT desfralde suas bandeiras vermelhas com as cores já desbotadas pelo mau uso ao longo dos últimos 13 anos e meio.
O perfil dos integrantes das manifestações a favor do governo Dilma Rousseff denuncia o que ainda resta de apoio à sua gestão e materializada nas pesquisas de opinião pública: é formado apenas de estudantes engajados na UNE, da trupe do MST e, principalmente, da CUT e seus dirigentes enclausurados em sinecuras sindicais.
A sociedade não está caminhando com eles. Está indignada com o que você sofre, com os resultados do desastrado estelionato eleitoral do ano passado, em que manipularam a economia, esconderam os números reais da crise e prometeram o que sabiam que não poderiam cumprir.
Lamentavelmente, o quadro de desemprego deve piorar até o final do ano e alguns economistas já apontam para a taxa em dois dígitos.
Com o desemprego em ascendência e a inflação sem ceder, alimentada pela desvalorização do real, ao final do ano, sequer teremos um “pibinho”, e sim a confirmação de uma recessão sem fim.
Não serão bandeiras desbotadas que garantirão a melhoria da qualidade de vida do povo brasileiro.