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Seminário sobre cultura da violência contra a mulher reúne Governo do Estado, Secretariado e base aliada em SP

Primeira edição do Seminário teve a participação de ativistas e especialistas em mídia e violência contra a mulher
Primeira edição do Seminário teve a participação de ativistas e especialistas em mídia e violência contra a mulher

Primeira edição do Seminário teve a participação de ativistas e especialistas em mídia e violência contra a mulher

O PSDB Mulher SP participou, nos dias 20 e 21, do 1º Seminário Internacional Cultura da Violência Contra as Mulheres, que abordou o tema sob o ponto de vista de especialistas e ativistas, de profissionais de comunicação. O evento, realizado pela Agência Patrícia Galvão e o Instituto Vladimir Herzog aconteceu em parceria com a ONU Mulheres. “Foi um importante momento de reflexão e de debate sobre a violência, que ainda é o maior entrave para a igualdade no mundo, e sobre a mídia em seu tratamento da imagem feminina e da situação da violência. Este foi um tema considerado estratégico na última conferência da ONU, em Nova Iorque, da qual participamos também”, comenta a presidente do PSDB Mulher SP, Nancy Ferruzzi Thame. A presidente, a coordenadora de Políticas para as Mulheres, da Secretaria de Estado da Justiça e Defesa da Cidadania, Teresa Kodama e a representante do coletivo Mulheres da Base, Fátima Franco, que faz a interlocução dos assuntos de gênero com o Governo do Estado, estiveram juntas no Seminário.

O painel Impacto dos Meios de Comunicação na Cultura da Violência Contra as Mulheres, que teve a socióloga Fátima Jordão

Fátima Franco, do grupo Mulheres da Base, Teresa Kodama, Coordenadora de Políticas para as Mulheres do Governo do Estado e Nancy Ferruzzi Thame, presidente do PSDB Mulher SP com a socióloga Fátima Jordão no seminário

Fátima Franco, do grupo Mulheres da Base, Teresa Kodama, Coordenadora de Políticas para as Mulheres do Governo do Estado e Nancy Ferruzzi Thame, presidente do PSDB Mulher SP com a socióloga Fátima Jordão no seminário

como debatedora, com a CEO da Object, organização feminista que promove uma campanha permanente para desconstruir o sexismo na mídia, Roz Hardie. Da Unesco, veio Guilherme Canela, que atua na comunicação e informação no Chile e no Mercosul. Pesquisadora da cultura digital e crimes contra a mulher pela USP, Beatriz Accioly compôs a roda. Com base no case apresentado por Fátima Jordão, da reportagem vencedora do Prêmio Pulitzer, de autoria do jornalista e editor do jornal The Post and Courier, da Carolina do Sul, o debate pontou deficiências tanto na cobertura da mídia sobre a violência contra mulheres, quanto na política pública, no que diz respeito à educação para a mídia e a regulamentação, da mídia e da publicidade, que é outro alvo de críticas pelo uso da imagem da mulher. “Este é um jornal da Carolina do Sul, onde os crimes de assassinatos contra as mulheres tem pena mais leve do que os contra animais”, frisou a socióloga Fátima Jordão, especializada em pesquisa e que atuou na publicidade na década de 70.

O especialista em comunicação da Unesco, Guilherme Canela defendeu o ” bom jornalismo” neste sentido, que como a reportagem premiada, denunciou uma situação e não um caso isolado, citando a política de estado, a legislação, envolvendo todos os atores. “Precisamos de jornalistas que cumpram esse papel, eles precisam ser formados para entender o assunto sob a ótica dos direitos humanos, da criança ou da mulher, mas não necessariamente tem de ser ativistas. O problema da mídia é personificar casos e não abordar a situação com a profundidade que requer”, analisou. Beatriz Accioly relatou os casos no Brasil de suicídio de duas adolescentes que tiveram sua imagem exposta nas redes sociais pelos ex-namorados e alertou para a necessidade da regulamentação da Internet, que teve seu Marco Civil aprovado no ano passado, mas agora deve caminhar para o detalhamento deste tipo de vulnerabilidade a qual todos os usuários da rede estão expostos, sobretudo as mulheres. “Passa também pela mudança da cultura, pela educação. Não temos de ensinar nossas meninas a não serem violentadas, mas ensinar os meninos a não violentarem mulheres de forma alguma”, afirmou.

*Fonte: Assessoria do PSDB-Mulher SP