Se o governo ainda não percebeu o tamanho do Leviatã, milhões de cidadãos já soaram o alarme, cobrindo as ruas das cidades brasileiras de verde-amarelo, fazendo ecoar seus refrãos por sobre mares, rios, florestas, planícies e planaltos desse nosso imenso Brasil: “Fora CorruPTos”, “Fora Dilma” , “Fora PT”, “Impeachment Já”… O sentimento de indignação agigantou-se e estende-se, num crescendo, a todas as camadas da sociedade.
Expressões como “elite branca” e “classe média alta” para designar os descontes é a cortina de fumaça com que o PT e seus sequazes procuram desviar o foco da crise, na tentativa de esconder a grande verdade que ninguém mais pode ignorar: Após doze anos de governo, o PT perdeu a fantasia, está nu e se apresenta ao povo brasileiro na sua verdadeira pele, que nada tem a ver com aquela do paizão generoso, que governa para os pobres, pratica a justiça e combate a desigualdade social. Acabou o tempo em que José Dirceu podia sair por aí impunemente gabando-se de que ”o PT não rouba, nem deixa roubar”.
De repente, aos olhos da Nação estupefata, o partido político que se dizia diferente dos demais, o paladino da ética, da moral e da decência, aparece sem disfarce, mostrando-se como realmente é: uma organização criminosa especializada em roubar o dinheiro público. Um bando de bandidos que, com a mesma mão que faz tilintar as atrativas parcas moedas do Bolsa Família, retira vultosas somas do Erário para financiar, a juros baixos, investimentos de empresas brasileiras em países “amigos”, numa estratégia demagógica para firmar-se como o grande patrocinador da integração dos povos da América Latina, com colossal prejuízo para o país. Sem falar na dinheirama que tem abastecido os bolsos e as contas bancárias de dezenas de comparsas aqui e no exterior. Enquanto isso, nosso povo vive à mingua de educação de qualidade, de assistência médico-hospitalar decente, de segurança no campo e na cidade, de infraestrutura, de proteção das fronteiras, de combate ao desmatamento, para citar apenas as mazelas mais gritantes.
O PT jogou o Brasil no fundo do poço, e, pelo jeito, esse fundo é falso. A todo instante afundamos ainda mais. Até onde?
O Partido dos Trabalhadores aviltou-se e reduziu-se à mais abjeta e daninha praga jamais gerada na política brasileira. Como tal, se desqualificou para continuar governando o Brasil. Dilma Rousseff, por sua vez, perdeu totalmente a confiança dos brasileiros tantas foram as mentiras plantadas em sua campanha eleitoral e tantos foram os atos de incompetência e de irresponsabilidade que desastrosamente marcaram seus primeiros quatro anos de governo. Tendo a rejeição de 62% da população, a Dilma não resta outra saída a não ser a renúncia. Essa seria uma atitude de grandeza, evitaria maiores conflitos e atenderia a um desejo da maioria dos cidadãos brasileiros.
Isso pode significar tempos difíceis pela frente, mas não será o fim do mundo, se um grupo de homens e mulheres notáveis por seu saber, experiência e honradez se debruçarem na elaboração de um programa de governo para o Brasil, a ser e apreciado pela sociedade.
Um raio de esperança brilha no horizonte. Está na hora de trazer novamente ao debate a questão do parlamentarismo, regime de governo que, aliás, já está se insinuando nas recentes e inusitadas movimentações que acontecem no âmbito do Congresso Nacional. Esse quadro, associado à crescente força da voz que vem das ruas, deixa claro que o poder do Executivo vai sendo paulatina e inapelavelmente anulado, circunstância talvez inédita em nossa história republicana. O Brasil está maduro e ansioso por mudanças urgentes, que sanem os males e abram caminhos para um futuro promissor.
Por que parlamentarismo? Repito aqui as palavras do saudoso Governador Franco Montoro:
“O parlamentarismo fortalece os partidos e assegura ao legislativo participação responsável nas grandes decisões nacionais. Permite mudanças de governo sem provocar crises institucionais. É essencialmente um regime de programas, discutidos e definidos publicamente com o apoio da maioria dos representantes da nação, ao contrário do presidencialismo, que tende a ser o regime do poder unipessoal e das decisões a portas fechadas, num convite permanente ao fisiologismo político. A adoção do parlamentarismo representará, assim, um passo importante para o aperfeiçoamento da democracia no Brasil. (*)
Mas esse é um tema a ser examinado em uma outra oportunidade.
(*) V Convenção Nacional do PSDB – Brasília, 15/05/1999