Brasília – O procurador Ivan Cláudio Marx, do Ministério Público Federal (MPF), abriu inquérito para investigar a combinação de perguntas entre parlamentares e executivos da Petrobras, descoberto em agosto do ano passado durante CPI sobre a estatal instalada no Senado. A decisão do procurador foi motivada por representação elaborada pelo coordenador jurídico do PSDB, deputado federal Carlos Sampaio (SP).
Serão investigados os senadores Delcídio Amaral (PT-MS) e José Pimentel (PT-CE), os ex-presidentes da estatal Sérgio Gabrielli e Graça Foster, o ex-diretor Nestor Cerveró e os funcionários Paulo André Argenta, Marcos Rogério de Souza, Carlos Hetzel, José Eduardo Barrocas e Bruno Ferreira. A decisão de Marx foi emitida na quarta-feira (25).
O esquema de combinação de perguntas e respostas foi revelado por reportagem da revista Veja. Parlamentares e depoentes da CPI se encontraram antes da sessão da comissão para debater o que deveria ser perguntado e respondido durante os questionamentos. As perguntas e as respostas eram elaboradas por servidores do governo federal.
O MPF vai investigar se houve a prática de improbidade administrativa pelos envolvidos.
“Em tese, o vídeo e a reportagem divulgados demonstravam a ocorrência de um esquema de fraude na CPI da Petrobras”, afirmou Marx na portaria que determinou a abertura do inquérito.
A CPI da Petrobras instalada no ano passado foi encerrada em dezembro, com um relatório reprovado pelo PSDB e que não propôs o indiciamento de nenhum político citado nos episódios.